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Réu do mensalão é preso com 361 mil euros
Enivaldo Quadrado foi flagrado ao desembarcar em São Paulo, vindo de Lisboa, com dinheiro nas meias, cintura e cueca
Empresário foi preso em flagrante por falsidade ideológica, uma vez que
ele não declarou à Receita
a quantia que transportava
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Federal e a Receita
flagraram o empresário Enivaldo Quadrado, 43, sócio da corretora Bônus-Banval, tentando
entrar no Brasil pelo aeroporto
de Cumbica, em Guarulhos
(Grande São Paulo), com mais
de 361 mil não declarados na
madrugada de sábado.
Quadrado é um dos 40 réus
do mensalão -escândalo de
compra de votos no Congresso
que veio à tona em 2005- sob
acusação de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. A
Bônus-Banval era uma das empresas apontadas como intermediárias de repasse de recursos do esquema para congressistas. O processo criminal ainda tramita no STF (Supremo
Tribunal Federal).
Segundo a PF, o empresário
havia chegado a São Paulo na
madrugada de sábado em um
vôo vindo de Lisboa (Portugal).
Quadrado foi flagrado em uma
fiscalização de rotina da PF e
da Receita ao desembarcar.
Na abordagem, os policiais
descobriram que ele tinha maços de dinheiro vivo nas meias,
na cintura, dentro da cueca e
também numa pasta de mão,
segundo informou o "Jornal
Nacional". Ao entrar no Brasil,
qualquer passageiro tem que
apresentar à Receita uma declaração de bagagem e dizer se
porta qualquer valor superior a
R$ 10 mil ou o equivalente em
moeda estrangeira. A resposta
de Quadrado foi não.
Quando o dinheiro foi descoberto, ele disse que tinha 300
mil, mas a PF contou 361.445
-equivalentes a mais de R$ 1,1
milhão. O empresário disse à
Receita que o dinheiro era um
empréstimo de um amigo português que seria aplicado na
compra e na revenda de automóveis no Brasil.
Contudo, acabou sendo preso em flagrante pelo crime de
falsidade ideológica, uma vez
que ele não declarou à Receita
a verdadeira quantia que portava. O crime de falsidade, que
consta do artigo 299 do Código
Penal brasileiro, prevê penas
que podem variar de um ano a
cinco anos de prisão e multa.
Quadrado foi levado para um
Centro de Detenção Provisória
de São Paulo e permanece à
disposição da Justiça. Abordado pela reportagem da TV Globo ao ser transferido para o
presídio, ele preferiu não se
pronunciar. Segundo o "Jornal
Nacional", o advogado dele disse que só se manifestará quando tiver acesso ao auto de prisão em flagrante.
Mensalão
Quadrado teve seu nome envolvido no mensalão depois
que Marcos Valério divulgou,
em meados de 2005, uma lista
com nomes dos supostos beneficiários do esquema.
Na relação, a Bônus-Banval
figurava como intermediária de
repasses para PP e PL (hoje
PR). Em agosto de 2005, Quadrado disse à PF que havia sido
"usado" por Valério, que, em
2004, estaria interessado na
compra da corretora. Mais tarde, a corretora divulgou laudo
segundo o qual as operações
com o publicitário mineiro foram legais e registradas.
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