São Paulo, quarta-feira, 09 de dezembro de 2009

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outro lado

Vazamento é irresponsável, dizem acusados

DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado Celso Vilardi, que atua ao lado do criminalista Márcio Thomaz Bastos na defesa da Camargo Corrêa, afirma ser uma "irresponsabilidade" a divulgação de fatos que prejudicam a imagem da empresa e de políticos apenas com base em documentos "esparsos e não explicados". Ele diz ainda que pedirá a apuração dos "vazamentos criminosos".
"Nos últimos dias, estarrecido, só tenho notícias do processo em que atuo por meio da mídia, o que considero verdadeiro absurdo. Pedirei a apuração do vazamento, pois o acesso a dados do processo só é permitido a advogados constituídos."
Vilardi diz que o Ministério Público Federal e a Polícia Federal pediram a perícia do material apreendido na Operação Castelo de Areia. "No entanto, no momento em que um habeas corpus, questionando a legalidade de todos os atos praticados na operação, está para ser julgado, inicia-se vazamento de informação antes mesmo de a perícia ser concluída."
O advogado criticou o Ministério Público Federal pela divulgação de nota em que elenca 14 obras suspeitas de irregularidades, envolvendo a Camargo Corrêa e diversas autoridades dos governos federal, estadual e municipal de São Paulo.
"A Procuradoria-Geral da República anunciou que preservaria os nomes de pessoas investigadas porque só existiam elementos indiciários. Porém, diversos nomes estão sendo divulgados sem que a defesa tenha tido acesso ao tal do relatório. Considero uma irresponsabilidade essa divulgação de nomes, manchando a reputação da empresa e de terceiras pessoas, com base em elementos esparsos e não explicados", disse o advogado.

Citados
A assessoria da Prefeitura de São Paulo informou que o secretário Elton Zacarias (Habitação) está em férias e não foi localizado. Afirmou que a prefeitura não recebeu nenhum pedido de esclarecimento e sempre se coloca à disposição para ajudar na investigação.
O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Antonio Carlos Rodrigues (PR), diz que a única verba que recebeu da Camargo Corrêa foi declarada à Justiça Eleitoral (R$ 150 mil em 2008). "Claro que conheço a diretoria, mas acho muito esquisita essa história. Pode ter ocorrido algum tipo de engano. Envolver o meu nome nisso é uma calúnia", afirma.
Representante da Câmara no Conpresp, o vereador Toninho Paiva (PR-SP) afirma que nada de interesse da Camargo Corrêa foi votado na entidade. "Não conheço ninguém da empresa, nunca conheci", diz.
A assessoria do PR informou que o deputado federal Valdemar da Costa Neto (PR-SP) não tem nenhuma relação com a Camargo Corrêa e não é verdade o suposto envolvimento dele no recebimento de valores.
Sobre o diretor de Engenharia do Dersa, Paulo Souza, o departamento divulgou nota em que informa desconhecer "por completo o teor da representação", mas que irá colaborar com o trabalho da Procuradoria, "como sempre ocorre no governo de São Paulo".

Senadores
O senador Renato Casagrande (PSB-ES) diz não existir nenhuma possibilidade de o nome dele ter sido citado na lista de supostos recebedores de propina. "Não há nenhuma possibilidade de isso ser verdade. Não tenho nenhuma relação com a Camargo Corrêa e acho uma irresponsabilidade o jornal citar o meu nome", disse.
A assessoria do senador Inácio Arruda (PC do B-CE) informou ontem que ele não irá se pronunciar, mas que o parlamentar lamenta a forma "irresponsável" de a Procuradoria da República ter envolvido o nome dele na investigação.


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