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outro lado
Vazamento é irresponsável, dizem acusados
DA REPORTAGEM LOCAL
O advogado Celso Vilardi,
que atua ao lado do criminalista
Márcio Thomaz Bastos na defesa da Camargo Corrêa, afirma
ser uma "irresponsabilidade" a
divulgação de fatos que prejudicam a imagem da empresa e
de políticos apenas com base
em documentos "esparsos e
não explicados". Ele diz ainda
que pedirá a apuração dos "vazamentos criminosos".
"Nos últimos dias, estarrecido, só tenho notícias do processo em que atuo por meio da mídia, o que considero verdadeiro
absurdo. Pedirei a apuração do
vazamento, pois o acesso a dados do processo só é permitido
a advogados constituídos."
Vilardi diz que o Ministério
Público Federal e a Polícia Federal pediram a perícia do material apreendido na Operação
Castelo de Areia. "No entanto,
no momento em que um habeas corpus, questionando a legalidade de todos os atos praticados na operação, está para
ser julgado, inicia-se vazamento de informação antes mesmo
de a perícia ser concluída."
O advogado criticou o Ministério Público Federal pela divulgação de nota em que elenca
14 obras suspeitas de irregularidades, envolvendo a Camargo
Corrêa e diversas autoridades
dos governos federal, estadual e
municipal de São Paulo.
"A Procuradoria-Geral da
República anunciou que preservaria os nomes de pessoas
investigadas porque só existiam elementos indiciários. Porém, diversos nomes estão sendo divulgados sem que a defesa
tenha tido acesso ao tal do relatório. Considero uma irresponsabilidade essa divulgação de
nomes, manchando a reputação da empresa e de terceiras
pessoas, com base em elementos esparsos e não explicados",
disse o advogado.
Citados
A assessoria da Prefeitura de
São Paulo informou que o secretário Elton Zacarias (Habitação) está em férias e não foi
localizado. Afirmou que a prefeitura não recebeu nenhum
pedido de esclarecimento e
sempre se coloca à disposição
para ajudar na investigação.
O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Antonio
Carlos Rodrigues (PR), diz que
a única verba que recebeu da
Camargo Corrêa foi declarada à
Justiça Eleitoral (R$ 150 mil
em 2008). "Claro que conheço
a diretoria, mas acho muito esquisita essa história. Pode ter
ocorrido algum tipo de engano.
Envolver o meu nome nisso é
uma calúnia", afirma.
Representante da Câmara no
Conpresp, o vereador Toninho
Paiva (PR-SP) afirma que nada
de interesse da Camargo Corrêa foi votado na entidade.
"Não conheço ninguém da empresa, nunca conheci", diz.
A assessoria do PR informou
que o deputado federal Valdemar da Costa Neto (PR-SP) não
tem nenhuma relação com a
Camargo Corrêa e não é verdade o suposto envolvimento dele
no recebimento de valores.
Sobre o diretor de Engenharia do Dersa, Paulo Souza, o departamento divulgou nota em
que informa desconhecer "por
completo o teor da representação", mas que irá colaborar
com o trabalho da Procuradoria, "como sempre ocorre no
governo de São Paulo".
Senadores
O senador Renato Casagrande (PSB-ES) diz não existir nenhuma possibilidade de o nome dele ter sido citado na lista
de supostos recebedores de
propina. "Não há nenhuma
possibilidade de isso ser verdade. Não tenho nenhuma relação com a Camargo Corrêa e
acho uma irresponsabilidade o
jornal citar o meu nome", disse.
A assessoria do senador Inácio Arruda (PC do B-CE) informou ontem que ele não irá se
pronunciar, mas que o parlamentar lamenta a forma "irresponsável" de a Procuradoria da
República ter envolvido o nome dele na investigação.
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