|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Arruda ganha mais prazo para defesa em dois fronts
DEM adia reunião por um dia, e Câmara do DF só deve discutir impeachment em 2010
Segundo Rodrigo Maia, mudança protege Executiva do partido contra estratégia da defesa de questionar juridicamente a decisão
Lula Marques/Folha Imagem
|
|
Manifestantes a favor e contra o governador José Roberto Arruda se encontram na Câmara do DF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Sob ameaça de ficar sem partido e de perder o mandato de
governador no DF, José Roberto Arruda obteve ontem uma
pequena sobrevida no DEM,
que adiou em um dia a votação
que deve aprovar sua expulsão
da legenda, e uma larga folga na
Câmara Legislativa, que só deve concluir a discussão sobre os
pedidos de impeachment contra ele no ano que vem.
Sob a justificativa de anular
brechas para eventuais contestações jurídicas, o DEM confirmou a reunião de sua Executiva
Nacional, que estava inicialmente marcada para amanhã,
para as 8h de sexta.
Como havia dúvida sobre a
hora em que venceria o prazo
de oito dias para que Arruda
apresentasse sua defesa, os advogados da legenda opinaram
pela remarcação do encontro.
Entre deputados e senadores
do partido, entretanto, a expulsão é dada como certa.
O encontro da Executiva, que
tem 45 membros titulares, será
fechado, e a votação, secreta.
Congressistas da legenda disseram ontem ter a certeza de que
Arruda questionará a expulsão
na Justiça, já que a exclusão,
em tese, sepulta suas chances
de disputar a eleição em 2010.
"Nosso procedimento [o
adiamento] dá base legal para
que ele não vença na Justiça",
afirmou o presidente do DEM,
deputado Rodrigo Maia (RJ).
A direção nacional estuda estabelecer prazo para que o diretório do partido no DF tome a
iniciativa de expulsar o presidente licenciado da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente,
que aparece em vídeo guardando maços de notas nas meias.
O partido por enquanto pretende preservar o vice de Arruda, Paulo Octávio, caso não surjam vídeos ou gravações que o
comprometam. Ele é acusado
de ser beneficiário de propina
do mensalão do DEM.
Impeachment
Ao mesmo tempo em que
tentam buscar informações sobre a estratégia jurídica de Arruda, integrantes do DEM têm
dito que o governador teria negociado uma trégua com o ex-governador Joaquim Roriz
(PSC-DF), mas pessoas ligadas
aos dois negaram a estratégia.
Criada ontem na Câmara Legislativa do DF, a comissão especial que irá analisar os pedidos de cassação contra Arruda
terá dez dias para se posicionar,
mas o regimento interno da Casa prevê que todos os trabalhos
legislativos terminem na próxima terça-feira, dia 15.
Os trabalhos só serão estendidos caso a lei orçamentária
não seja votada até lá. A lei orgânica do DF prevê que a Mesa
Diretora ou um terço dos deputados podem fazer convocação
extraordinária em caso de "ato
do governador que importe crime de responsabilidade", mas
as chances dessa mobilização
são reduzidas, pois Arruda tem
maioria na Câmara.
Ontem, ficou definido que os
pedidos de impeachment só
passarão pela comissão especial, que será formada por nove
integrantes, de acordo com a
proporção dos partidos na Câmara. Pelo menos cinco dos nove deputados que integram a
comissão serão da base do governador Arruda.
Hoje, a comissão deverá se
reunir pela primeira vez para
escolher o presidente e o relator dos pedidos de impeachment. Até agora, a Procuradoria da Câmara aprovou três pedidos -o último deles foi apresentado pela presidente da
OAB-DF (Ordem dos Advogados do Brasil). Após passarem
pela comissão especial, eles serão votados em plenário.
Texto Anterior: Outro lado: Senador não comenta caso; irmã não se manifesta Próximo Texto: DEM vai festejar fim de ano em churrascaria Índice
|