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PSOL questiona patrimônio de filha de Yeda
Partido vai pedir ao TCE gaúcho investigação sobre casa de R$ 310 mil comprada por Tarsila Crusius, que não tem renda
Governadora não comentou caso; advogado da família, Fábio Osório diz que compra não é incompatível e que denúncia é "persecutória"
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Dirigentes do PSOL gaúcho
anunciaram que o partido irá
pedir a abertura de uma investigação do TCE (Tribunal de
Contas do Estado) do Rio Grande do Sul sobre a evolução patrimonial de Tarsila Crusius, filha da governadora do Estado,
Yeda Crusius (PSDB).
O alvo do partido, que faz
oposição à tucana, é uma casa
comprada por R$ 310 mil em
junho deste ano pela filha da
governadora. Tarsila preside o
Comitê de Ação Solidária do
governo gaúcho, um cargo pelo
qual não recebe remuneração.
De acordo com a certidão de
14 de agosto deste ano, o imóvel
adquirido tem 171 m2 de área
construída e fica localizado em
um condomínio fechado na zona sul de Porto Alegre.
Segundo cópia do documento, R$ 150 mil foram pagos à
vista e o saldo devedor foi dividido em dez prestações mensais até agosto de 2010.
"Ela não tem renda, o imóvel
é caro e as prestações coincidem com o fim do mandato da
governadora", disse o advogado
do PSOL Pedro Ruas, que é vereador em Porto Alegre.
O pedido de investigação vai
se basear em lei estadual que
dá poder ao TCE-RS para investigar a evolução patrimonial
de agentes públicos estaduais.
Não é a primeira vez que as
transações imobiliárias da família Crusius são questionadas. Em dezembro de 2006, entre a vitória nas urnas e a posse,
Yeda comprou por R$ 750 mil a
casa onde vive atualmente.
Como o valor do negócio superou o patrimônio declarado
pela tucana naquele ano (R$
674 mil), Yeda também foi investigada, mas o Ministério Público arquivou a denúncia.
Em fevereiro de 2008, Ruas e
a deputada Luciana Genro
(PSOL) convocaram uma entrevista para fazer denúncias,
sem provas, contra o governo.
Só parte delas foi confirmada.
Na ocasião, afirmaram que o
ex-coordenador da campanha
de Yeda, Lair Ferst, e o ex-assessor da tucana, Marcelo Cavalcante, morto em fevereiro,
entregaram ao Ministério Público Federal provas que ligariam Yeda e o marido ao desvio
de caixa dois de campanha.
Conversas gravadas entre
Ferst e Cavalcante foram usadas pela Procuradoria para denunciar Yeda e mais oito pessoas por improbidade administrativa em agosto, mas o Tribunal Regional Federal da 4ª Região excluiu Yeda da ação.
Outro lado
Nem Yeda nem seus assessores comentaram a denúncia. A
estratégia do governo é tratar o
caso como assunto privado de
Tarsila. O advogado da família,
Fábio Medina Osório, disse
que, embora Tarsila não receba
salário desde que assumiu o
Comitê de Ação Solidária do
governo, a compra do imóvel
por R$ 310 mil não é incompatível com o patrimônio dela.
Ele afirmou que a filha da governadora tinha poupança e
contraiu empréstimos na rede
bancária e com amigos para adquirir o imóvel. "É uma denúncia com caráter eleitoral e persecutório", disse Osório.
O presidente do PSDB-RS,
Cláudio Diaz, afirmou que a denúncia "é mais uma canalhice
que será desmentida".
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