São Paulo, sábado, 10 de janeiro de 2004

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PAINEL

Demitido pela TV
Roberto Amaral (PSB) decidiu escrever a carta na qual entregou o cargo a Lula depois de assistir ao noticiário da TV em que era tido como demitido da Ciência e Tecnologia. Faltou à reunião de 11 ministros ontem e pediu sua saída sem avisar nem sequer a seu secretário-executivo.

Pró-transgênicos
O mais cotado para a vaga de Roberto Amaral, Eduardo Campos (PSB) já defendeu a liberação da importação de milho geneticamente modificado. A comissão que decide sobre transgênicos é subordinada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

Razão de emergência
Eduardo Campos justifica sua posição dizendo que trabalhou numa situação emergencial pela liberação do milho transgênico argentino em 2003. "Faltou ração de milho. As granjas iriam quebrar", diz. A Justiça liberou a compra do milho transgênico.

Últimos capítulos
O Planalto acertou o cronograma definitivo da reforma ministerial. Lula anunciará as mudanças na quinta-feira, depois de retornar do México. Os novos ministros serão empossados no dia 19, antes da viagem presidencial à Índia.

Desejo carioca
O PT do Rio pressiona o Planalto em defesa do nome do senador Sergio Cabral Filho para uma das vagas do PMDB no ministério. Assim, ele desistiria de disputar a Prefeitura do Rio em favor do petista Jorge Bittar.

Falta combinar com o PMDB
Argumentam os petistas que o Rio deverá perder seus três ministros na reforma. Roberto Amaral já entregou o cargo. Miro Teixeira e Benedita da Silva devem ser demitidos. A nomeação de Sergio Cabral reduziria a distorção regional.

Guerra das digitais
A deputada Zulaiê Cobra pediu à Câmara autorização para manter a Comissão de Relações Exteriores, que ela preside, durante a convocação extraordinária. Quer analisar o fichamento de brasileiros e americanos nos aeroportos.

A dona do caixa
Maria Helena Castro, secretária de Assistência Social de Alckmin, será a coordenadora dos programas sociais unificados do governo de SP. Vai gerir os US$ 20 milhões do BID para o projeto, que começa no mês que vem.

Rojão eleitoral
A prefeita Marta Suplicy quer dar demonstração de força política nos 450 anos de São Paulo. Pressionou a cúpula do governo a participar da festa que planeja. Antonio Palocci, José Dirceu e José Graziano já confirmaram presença. Lula, seu maior cabo-eleitoral, estará na Índia.

Locomotiva festeira
A prefeita de SP espera transformar o 25 de janeiro em arrancada de sua campanha à reeleição. Começa o dia em cerimônia para receber os restos mortais do padre José de Anchieta, oferece um "almoço vip" no Banespinha e encerra a festa com jantar no Palácio das Indústrias.

Caso perdido
Maurício Corrêa, presidente do STF, convidou Lula para a cerimônia de reabertura dos trabalhos do Judiciário, em 2 de fevereiro. Por causa da reação às críticas que fez à magistratura, o presidente não irá. Mas, para evitar constrangimentos, deverá enviar um representante.

Sobrevivência
O ex-deputado Nelton Friedrich, diretor de Itaipu Binacional, deixará o PDT, provavelmente rumo ao PT. Com isso, tentará se manter no cargo, que é cobiçado pelo PMDB.

Outra visão
Hamilton Pereira, presidente da Fundação Perseu Abramo, diz que o site da entidade sobre as Diretas-Já traz "depoimentos de Pedro Simon e Almino Affonso, texto de Franco Montoro e fotos de FHC e Ulysses". Rejeita crítica de que tenha privilegiado a ação do PT na campanha.

TIROTEIO

De Adilson Laranjeira, assessor de Maluf, sobre a declaração do secretário municipal Valdemir Garreta de que o ex-prefeito realizou obras eleitoreiras:
-Paulo Maluf foi considerado pelo Datafolha em março de 99, mais de dois anos após deixar o cargo, o melhor prefeito de São Paulo nos últimos 13 anos.

CONTRAPONTO

O ataque é a melhor defesa

Os tucanos mataram um pouco da saudade do poder, no Itamaraty, na segunda-feira passada, durante a entrega de prêmio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso.
FHC se reuniu com ex-ministros e dirigentes tucanos no apartamento de um amigo para seguirem em caravana para o Itamaraty. O ex-presidente entrou por uma porta reservada, mas seus convidados não.
As recepcionistas do Itamaraty reconheceram vários dos ex-poderosos e os dispensaram de identificação. Mas houve algumas confusões:
-O senhor não é o ministro da Defesa?- perguntou uma delas a Arthur Virgílio, líder do PSDB no Senado.
Um dos maiores opositores de Lula, Virgílio respondeu:
-Não sou deste governo. Se fosse, seria ministro do ataque, nunca da defesa!


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