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São Paulo, segunda-feira, 10 de fevereiro de 2003

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PERSONALIDADE

Políticos e empresários compareceram

Corpo do empresário Nascimento Brito é cremado em cerimônia

DA SUCURSAL DO RIO

Foi cremado no começo da tarde de ontem, no Memorial do Carmo (bairro do Caju, zona norte do Rio de Janeiro), o corpo do empresário Manoel Francisco do Nascimento Brito, morto anteontem aos 80 anos.
Integrante da direção do ""Jornal do Brasil" por mais de 50 anos, Brito afastou-se do diário carioca em 2000. A causa da morte foi um acidente vascular cerebral, com falência cardíaca.
No sábado, o arcebispo emérito do Rio, dom Eugenio Sales, celebrou missa de corpo presente. ""Durante o regime militar [1964-85" tínhamos um entendimento", disse o religioso em entrevista.
""Ele me ajudou muito em atitudes que foram tomadas naquela época [para ajudar presos políticos" e que não vieram a público. Mas agora, na hora de sua morte, é importante recordá-las."
Segundo o religioso, Nascimento Brito era ""uma pessoa de coragem". ""Muitos se acovardam diante da opinião pública, e ele não", afirmou o arcebispo, que há 30 anos mantém uma coluna no ""Jornal do Brasil".

Presença
Passaram pelo velório o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), o prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), o vice-presidente das Organizações Globo, João Roberto Marinho, o ex-presidente da Fifa (entidade dirigente do futebol mundial) João Havelange e outros parentes e amigos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nota oficial anteontem lamentando a morte do empresário, qualificando-o como ""um dos responsáveis pelas grandes reformas promovidas no "JB" nas décadas de 50, 60 e 70, que serviram de modelo para a imprensa brasileira".
O presidente da República disse ainda que Nascimento Brito era ""um democrata convicto e empresário consciente, que soube introduzir na administração do "JB" as inovações necessárias para a manutenção do centenário jornal entre os grandes veículos de comunicação do país".

Contribuição
Em 2001, a família Nascimento Brito arrendou o título ""JB" ao empresário Nelson Tanure por um período de 60 anos. Na Companhia Brasileira de Multimídia, empresa criada para administrar o negócio, 23% do capital pertence a José Antônio do Nascimento Brito, um dos cinco filhos que o empresário deixou.
No velório, José Antônio falou sobre o pai: ""Sua maior contribuição foi pegar um jornal que já tinha pouco mais de 50 anos e transformá-lo na grande escola do jornalismo brasileiro".
O "Jornal do Brasil" foi o primeiro periódico brasileiro, na década de 50, a instituir um caderno de cultura, que chegou a contar com dez críticos de cinema.
O jornal também entrou para a história da imprensa brasileira pelas inovações gráficas que realizou em suas páginas.



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