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PERSONALIDADE
Políticos e empresários compareceram
Corpo do empresário Nascimento Brito é cremado em cerimônia
DA SUCURSAL DO RIO
Foi cremado no começo da tarde de ontem, no Memorial do
Carmo (bairro do Caju, zona norte do Rio de Janeiro), o corpo do
empresário Manoel Francisco do
Nascimento Brito, morto anteontem aos 80 anos.
Integrante da direção do ""Jornal
do Brasil" por mais de 50 anos,
Brito afastou-se do diário carioca
em 2000. A causa da morte foi um
acidente vascular cerebral, com
falência cardíaca.
No sábado, o arcebispo emérito
do Rio, dom Eugenio Sales, celebrou missa de corpo presente.
""Durante o regime militar [1964-85" tínhamos um entendimento",
disse o religioso em entrevista.
""Ele me ajudou muito em atitudes que foram tomadas naquela
época [para ajudar presos políticos" e que não vieram a público.
Mas agora, na hora de sua morte,
é importante recordá-las."
Segundo o religioso, Nascimento Brito era ""uma pessoa de coragem". ""Muitos se acovardam
diante da opinião pública, e ele
não", afirmou o arcebispo, que há
30 anos mantém uma coluna no
""Jornal do Brasil".
Presença
Passaram pelo velório o governador de Minas, Aécio Neves
(PSDB), o prefeito do Rio, Cesar
Maia (PFL), o vice-presidente das
Organizações Globo, João Roberto Marinho, o ex-presidente da
Fifa (entidade dirigente do futebol mundial) João Havelange e
outros parentes e amigos.
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva divulgou nota oficial anteontem lamentando a morte do
empresário, qualificando-o como
""um dos responsáveis pelas grandes reformas promovidas no "JB"
nas décadas de 50, 60 e 70, que
serviram de modelo para a imprensa brasileira".
O presidente da República disse
ainda que Nascimento Brito era
""um democrata convicto e empresário consciente, que soube introduzir na administração do "JB"
as inovações necessárias para a
manutenção do centenário jornal
entre os grandes veículos de comunicação do país".
Contribuição
Em 2001, a família Nascimento
Brito arrendou o título ""JB" ao
empresário Nelson Tanure por
um período de 60 anos. Na Companhia Brasileira de Multimídia,
empresa criada para administrar
o negócio, 23% do capital pertence a José Antônio do Nascimento
Brito, um dos cinco filhos que o
empresário deixou.
No velório, José Antônio falou
sobre o pai: ""Sua maior contribuição foi pegar um jornal que já tinha pouco mais de 50 anos e
transformá-lo na grande escola
do jornalismo brasileiro".
O "Jornal do Brasil" foi o primeiro periódico brasileiro, na década de 50, a instituir um caderno
de cultura, que chegou a contar
com dez críticos de cinema.
O jornal também entrou para a
história da imprensa brasileira
pelas inovações gráficas que realizou em suas páginas.
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