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Lula decide entregar ministério a Marta
Ex-prefeita assumirá Educação ou Cidades; presidente tem preferência pela primeira opção, mas ela gostaria da segunda pasta
Para responder a pressões do PMDB e do próprio PT, presidente deve fazer mais alterações na Esplanada do que desejava inicialmente
KENNEDY ALENCAR
DO ENVIADO ESPECIAL A SALVADOR
O presidente Lula decidiu
nomear a ex-prefeita de São
Paulo Marta Suplicy para o primeiro escalão, segundo apurou
a Folha. Os ministérios cogitados são os da Educação, em primeiro lugar, e das Cidades.
Em conversas reservadas, o
presidente disse que deverá
mexer no ministério mais do
que desejava porque precisa
atender à pressão de aliados do
PMDB e também do PT. Prevê
trocas em pelo menos 7 pastas.
A única condição imposta
por Lula para que Marta integre o ministério do segundo
mandato é que ela se coloque
fora da disputa pela Prefeitura
de São Paulo em 2008. A ex-prefeita aceita a condição.
Lula gosta do atual ministro
da Educação, Fernando Haddad, que considera bom gestor.
Avalia se o substitui por Marta.
Seria uma saída política mais
fácil porque a pasta já é da cota
do PT. A ex-prefeita, potencial
candidata do partido à Presidência em 2010, tem apoio de
várias correntes da legenda para assumir a vaga de Haddad.
A outra pasta que Lula cogita
entregar à ex-prefeita está hoje
com o PP. Seria uma operação
política mais complicada, apesar de Marta e seus aliados terem preferência por essa solução. No grupo político da ex-prefeita, há temor de que a
substituição de Haddad seja
vista como a troca de um bom
nome técnico por uma política.
Em conversas reservadas,
até dirigentes do PT que não
são de São Paulo defendem a
ida de Marta para a Esplanada.
Argumentam que as crises
do mensalão e do dossiê ceifaram grandes quadros políticos
do partido e que não faz sentido deixar a ex-prefeita no ostracismo político. Mais: no ministério, teria força para fazer
contraponto regional aos tucanos, força que venceu o PT na
eleição pela prefeitura da capital em 2004 e pelo governo do
Estado no ano passado.
Pastas
O presidente disse a aliados
nos últimos dias que imaginava
mexer menos no primeiro escalão, mas acredita que não será possível. O próprio Lula
elencou as seguintes pastas como objeto de mudança: Justiça,
Relações Institucionais, Cidades, Transportes, Integração
Nacional, Educação e Saúde.
Apesar da guerra interna no
PT em torno das teses que serão debatidas no 3º Congresso
do partido em julho, embate
que rendeu críticas ao ministro
das Relações Institucionais,
Tarso Genro, ele deverá ser o
sucessor de Márcio Thomaz
Bastos na Justiça. Só uma mudança de última hora poderia
inviabilizar essa troca.
Lula avalia que Tarso fez um
bom trabalho na articulação
política, especialmente estabelecendo relação entre o governo e a antiga ala oposicionista
do PMDB. Lula também gosta
das entrevistas em que Tarso
defende o governo. O presidente costuma se queixar de que
poucos ministros saiam em defesa pública de sua gestão.
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