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Governo faz censo de cartões corporativos
Planalto quer saber por que cartões foram distribuídos a "tantos funcionários espalhados por todo o país"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Secom (Secretaria de Comunicação Social) do Palácio
do Planalto enviou na sexta-feira uma série de perguntas a todos os ministérios sobre o uso
de cartões de crédito corporativos por seus funcionários.
O questionário, divulgado
ontem pelo jornal "O Globo",
foi encaminhado por e-mail.
São 13 questões, muitas das
quais já abordadas pela Controladoria-Geral da União (CGU),
que devem ser respondidas e
enviadas ao Planalto pelas assessorias de comunicação dos
órgãos até amanhã. A informação repassada aos assessores é
que essas respostas serão analisadas em reunião no palácio
para definir a estratégia de comunicação do governo Lula.
O ministro José Múcio (Relações Institucionais) afirmou
que a Secom pretende evitar
trâmites burocráticos para a
obtenção das informações.
"São perguntas feitas diretamente aos que realizam os gastos, evitando o questionamento
por vias burocráticas".
A assessoria de imprensa do
Planalto informou que os dados enviados pelos ministérios
serão organizados para a posterior divulgação à imprensa.
A Folha entrou em contato
com assessores que confirmaram ter recebido o questionário. Em alguns ministérios,
equipes estão de plantão durante o fim de semana para
cumprir o prazo fixado.
O nível "básico" das perguntas foi alvo de críticas por alguns dos assessores, que preferiram não se identificar. Uma
delas questiona "quais tipos de
despesas são permitidas por
cada órgão". "Como é possível
saber se a despesa realizada
não foi de caráter pessoal?" é
outra pergunta do e-mail.
A Secom também quer que
os órgãos informem por que os
cartões foram distribuídos a
"tantos funcionários espalhados por todo o país" e se esses
servidores são de carreira.
Desde o início da polêmica
sobre o uso dos cartões corporativos, o ministro Jorge Hage
(Controladoria-Geral da
União) diz que os gastos servem para três finalidades: compras eventuais, de baixo valor e,
por fim, para gastos sigilosos:
"O decreto que estabelece a
utilização desse mecanismo
deixa isso claro: eventuais são
aqueles gastos não rotineiros,
os de baixo vulto, regulamentados pelo Ministério da Fazenda, e os sigilosos, que se preocupam com a segurança do
presidente e de sua família e de
determinadas investigações".
Mesmo assim, o questionário também pergunta à própria
Presidência o motivo de manter "certos gastos" em sigilo.
(JULIANNA SOFIA E FELIPE SELIGMAN)
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