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Outro lado
Cidade sem favela não pode ser punida, diz prefeito
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MARINGÁ
O prefeito Silvio Barros 2º
(PP) disse que defendeu a inclusão de Maringá (PR) no
PAC, apesar da falta de favelas,
porque a exclusão "seria uma
punição aos que deram certo".
"Em 22 de maio do ano passado nos reunimos em Brasília.
Eu fiz ver ao governo que os
municípios que deram certo,
que não possuíam favelas, não
poderiam ser punidos e excluídos do PAC de urbanização. No
caso do [bairro] Santa Felicidade, fizemos um projeto de requalificação urbano e social,
onde vamos melhorar a qualidade de vida dos que ficarem."
Ele disse que a inclusão de fotos de casebres de outros locais
em lugar de fotos do bairro que
receberá as verbas não constitui fraude: "O projeto foi chamado de PAC Santa Felicidade
porque é lá no bairro que teremos mais obras, mas ele contempla também moradias irregulares instaladas em fundo de
vale. Logo, não houve fraude".
Barros 2º, após consultar assessores, disse que Antônia Ribeiro do Vale Lordieski, dona
do casebre exibido no site do
governo, será beneficiada com
uma casa. Ele vê uso político
dos moradores que protestam
contra a retirada de famílias do
bairro no projeto de requalificação. Candidato natural do PP
à reeleição, Barros disse que em
ano eleitoral "tem sempre gente querendo tirar proveito".
"Essa história de que vamos
retirar todos os moradores de
lá é jogo político. Vamos apenas
melhorar o bairro." Ele disse
que o projeto de requalificação
urbana e social prevê a retirada
de 82 proprietários, que totalizam 129 famílias. "Esses lotes
com mais de uma família serão
desocupados para alargamento
das ruas e melhoria da rede de
esgoto. Os [moradores] que ficarem no Santa Felicidade terão melhor qualidade de vida."
Barros disse que o município
ofereceu três bairros próximos
ao Santa Felicidade como opção para os moradores que serão desalojados de suas casas.
"Vamos fazer casas na mesma
metragem para eles, nos lugares que escolherem, mas eles
não podem ficar lá porque precisamos adequar o tamanho
das ruas do bairro ao das ruas
das outras áreas da cidade."
A secretária nacional de Habitação, Inês Magalhães, disse
que o Ministério das Cidades
irá exigir que os recursos sejam
aplicados em Maringá de acordo com o projeto aprovado.
"Vamos investigar como está a
negociação com os moradores.
Ninguém pode ser deslocado a
não ser em condições iguais ou
melhores às que se encontram". Sobre as fotos não serem
do bairro, Magalhães disse que
não iria comentar.
(JM)
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