São Paulo, domingo, 10 de fevereiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Outro lado

Cidade sem favela não pode ser punida, diz prefeito

DA AGÊNCIA FOLHA, EM MARINGÁ

O prefeito Silvio Barros 2º (PP) disse que defendeu a inclusão de Maringá (PR) no PAC, apesar da falta de favelas, porque a exclusão "seria uma punição aos que deram certo".
"Em 22 de maio do ano passado nos reunimos em Brasília. Eu fiz ver ao governo que os municípios que deram certo, que não possuíam favelas, não poderiam ser punidos e excluídos do PAC de urbanização. No caso do [bairro] Santa Felicidade, fizemos um projeto de requalificação urbano e social, onde vamos melhorar a qualidade de vida dos que ficarem."
Ele disse que a inclusão de fotos de casebres de outros locais em lugar de fotos do bairro que receberá as verbas não constitui fraude: "O projeto foi chamado de PAC Santa Felicidade porque é lá no bairro que teremos mais obras, mas ele contempla também moradias irregulares instaladas em fundo de vale. Logo, não houve fraude".
Barros 2º, após consultar assessores, disse que Antônia Ribeiro do Vale Lordieski, dona do casebre exibido no site do governo, será beneficiada com uma casa. Ele vê uso político dos moradores que protestam contra a retirada de famílias do bairro no projeto de requalificação. Candidato natural do PP à reeleição, Barros disse que em ano eleitoral "tem sempre gente querendo tirar proveito".
"Essa história de que vamos retirar todos os moradores de lá é jogo político. Vamos apenas melhorar o bairro." Ele disse que o projeto de requalificação urbana e social prevê a retirada de 82 proprietários, que totalizam 129 famílias. "Esses lotes com mais de uma família serão desocupados para alargamento das ruas e melhoria da rede de esgoto. Os [moradores] que ficarem no Santa Felicidade terão melhor qualidade de vida."
Barros disse que o município ofereceu três bairros próximos ao Santa Felicidade como opção para os moradores que serão desalojados de suas casas. "Vamos fazer casas na mesma metragem para eles, nos lugares que escolherem, mas eles não podem ficar lá porque precisamos adequar o tamanho das ruas do bairro ao das ruas das outras áreas da cidade."
A secretária nacional de Habitação, Inês Magalhães, disse que o Ministério das Cidades irá exigir que os recursos sejam aplicados em Maringá de acordo com o projeto aprovado. "Vamos investigar como está a negociação com os moradores. Ninguém pode ser deslocado a não ser em condições iguais ou melhores às que se encontram". Sobre as fotos não serem do bairro, Magalhães disse que não iria comentar. (JM)


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: "Falaram que eu ia ganhar uma casa nova"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.