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Cardozo é eleito secretário-geral do PT após acordo entre chapas
Grupo de Tarso se uniu ao antigo campo majoritário e garantiu principais cargos
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PT definiu ontem o novo
comando do partido para os
próximos dois anos. Num acordo fechado horas antes, o grupo
do ministro Tarso Genro (Justiça), que pregava renovação, se
uniu ao antigo campo majoritário e garantiu os principais postos de comando do partido.
O grupo da ministra Marta
Suplicy (Turismo), da chapa
"Partido É para Lutar", ficou de
fora do acordo e acusou Tarso
de ter se aliado ao ex-ministro
José Dirceu (Casa Civil) e criado um novo campo majoritário.
"Eles refundaram o campo
majoritário. O Tarso se uniu ao
José Dirceu e àquilo que ele
tanto batia, criticava", afirmou
o deputado Jilmar Tatto (PT-SP). Para ele, o objetivo foi impedir que sua corrente cresça e
influencie nas eleições presidenciais de 2010.
Segunda maior força no PT, a
"Partido É para Lutar" reivindicava a secretaria-geral para
Tatto, mas o acordo garantiu a
vaga ao deputado José Eduardo
Cardozo (PT-SP), da "Mensagem", que também ficou com a
secretaria de Formação Política, entregue a Joaquim Soriano. A nova executiva foi eleita
com 51 votos contra 28.
"Juntaram no mesmo teto os
dois grupos que se acusavam.
Sinaliza que podem estar compondo um campo entre eles",
disse Valter Pomar, da chapa "A
Esperança É Vermelha".
Cardozo disse que "não houve pacto algum" com o antigo
campo majoritário, só um acordo. A Folha apurou que a aliança partiu do grupo majoritário,
que está desgastado e buscou
se mostrar aberto ao diálogo.
O acordo foi possível, segundo Cardozo, porque o antigo
campo majoritário aceitou elaborar um código de ética duro
para os membros do PT. Anunciado o resultado, Berzoini disse que o código, que sairia em
julho, pode ser antecipado.
Além da presidência do PT, o
antigo campo majoritário liderará a secretaria de Organização (Paulo Frateschi) e a de
Mobilização (Marinete Merss).
O grupo de Marta elegeu Jorge Coelho para uma das três vice-presidências do PT e Romênio Pereira para a Secretaria de
Assuntos Institucionais.
Segundo o secretário de Finanças do PT, a reunião custou
cerca de R$ 70 mil. O partido
bancou passagens aéreas dos
filiados, hotel e alimentação.
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