São Paulo, domingo, 10 de fevereiro de 2008

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Cardozo é eleito secretário-geral do PT após acordo entre chapas

Grupo de Tarso se uniu ao antigo campo majoritário e garantiu principais cargos

ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PT definiu ontem o novo comando do partido para os próximos dois anos. Num acordo fechado horas antes, o grupo do ministro Tarso Genro (Justiça), que pregava renovação, se uniu ao antigo campo majoritário e garantiu os principais postos de comando do partido.
O grupo da ministra Marta Suplicy (Turismo), da chapa "Partido É para Lutar", ficou de fora do acordo e acusou Tarso de ter se aliado ao ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) e criado um novo campo majoritário.
"Eles refundaram o campo majoritário. O Tarso se uniu ao José Dirceu e àquilo que ele tanto batia, criticava", afirmou o deputado Jilmar Tatto (PT-SP). Para ele, o objetivo foi impedir que sua corrente cresça e influencie nas eleições presidenciais de 2010.
Segunda maior força no PT, a "Partido É para Lutar" reivindicava a secretaria-geral para Tatto, mas o acordo garantiu a vaga ao deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), da "Mensagem", que também ficou com a secretaria de Formação Política, entregue a Joaquim Soriano. A nova executiva foi eleita com 51 votos contra 28.
"Juntaram no mesmo teto os dois grupos que se acusavam. Sinaliza que podem estar compondo um campo entre eles", disse Valter Pomar, da chapa "A Esperança É Vermelha".
Cardozo disse que "não houve pacto algum" com o antigo campo majoritário, só um acordo. A Folha apurou que a aliança partiu do grupo majoritário, que está desgastado e buscou se mostrar aberto ao diálogo.
O acordo foi possível, segundo Cardozo, porque o antigo campo majoritário aceitou elaborar um código de ética duro para os membros do PT. Anunciado o resultado, Berzoini disse que o código, que sairia em julho, pode ser antecipado.
Além da presidência do PT, o antigo campo majoritário liderará a secretaria de Organização (Paulo Frateschi) e a de Mobilização (Marinete Merss).
O grupo de Marta elegeu Jorge Coelho para uma das três vice-presidências do PT e Romênio Pereira para a Secretaria de Assuntos Institucionais.
Segundo o secretário de Finanças do PT, a reunião custou cerca de R$ 70 mil. O partido bancou passagens aéreas dos filiados, hotel e alimentação.


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