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Sarney diz que grampo da PF "não tem nada"
Senador afirma estranhar reportagens sobre a gravação e acusa "Economist" de veicular "agressão pessoal"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Congresso,
senador José Sarney (PMDB-AP), minimizou ontem a divulgação de grampos telefônicos
sobre conversas entre ele e seu
filho Fernando Sarney -executivo que dirige as empresas da
família e que está sendo investigado pela Polícia Federal.
Em sua edição de anteontem,
a Folha transcreveu um telefonema entre o presidente do Senado e Fernando. Em uma escuta legal feita pela Polícia Federal, ambos aparecem discutindo o uso de duas empresas
de comunicação da família, a
TV Mirante (afiliada da Rede
Globo) e o jornal "O Estado do
Maranhão", para veicular denúncias contra rivais na política maranhense que integram o
grupo do atual governador,
Jackson Lago (PDT)
No sábado, o jornal "O Estado de S. Paulo" também publicou trecho de conversa entre o
senador e seu filho empresário.
No diálogo, Sarney questiona
Fernando se ele havia recebido
informações da Abin (Agência
Brasileira de Inteligência).
"É uma conversa de pai para
filho que não tem absolutamente nada, na qual estou recomendando a ele que se defenda", disse Sarney ontem, ao
chegar a uma solenidade na Ordem dos Advogados do Brasil.
"Inclusive nem me lembro de
ter falado da Abin", declarou.
Fernando é o principal alvo
da Operação Boi Barrica, que
investiga movimentações financeiras suspeitas de empresas da família Sarney no período eleitoral de 2006. O grampo
foi feito pela PF nos telefones
de Fernando, que sacou R$ 2
milhões nos dias 25 e 26 de outubro daquele ano, três dias antes do segundo turno. O senador não é alvo do inquérito.
Sarney disse ter estranhado a
publicação das reportagens na
semana em ele que voltou a se
eleger presidente do Senado.
Ele já havia ocupado esse posto
nos biênios 1995-1997 e 2003-2005. O presidente do Senado
criticou sobretudo a revista
"The Economist", que classificou sua eleição como uma "vitória do semifeudalismo".
"A matéria da "Economist" só
fica ruim para ela. Porque é
uma revista de magnitude e de
prestígio, que foi fundada em
1843", disse o senador. "De maneira que nunca publicou uma
reportagem de caráter de
agressão pessoal, inclusive com
muitas inverdades, até mesmo
factuais", afirmou Sarney.
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