São Paulo, quarta-feira, 10 de março de 2004

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Paralisação provoca caos no aeroporto de Guarulhos

DA REPORTAGEM LOCAL

Em São Paulo, a greve dos agentes da Polícia Federal gerou caos no aeroporto de Guarulhos. As decolagens atrasaram mais de uma hora e a fila de espera dos passageiros de vôos internacionais chegou a sair do aeroporto. Cerca de 7.500 pessoas foram afetadas pela operação, de acordo com a Infraero.
O tempo de espera era de cerca de três horas, segundo a Polícia Federal. O administrador Levenir Santana, porém, já contabilizava quatro horas na fila e ainda temia perder o vôo para Portugal, onde mora. "Liguei às 11h para a Infraero e disseram que estava normal. Deviam ter me avisado, tenho um compromisso amanhã."
Segundo a assessoria de imprensa da Infraero, o desembarque de vôos internacionais da parte da manhã não teve problemas. As dificuldades surgiram a partir das 14h, horário em que começaram a decolar as aeronaves com destino internacional. Onze vôos estavam previstos entre as 14h e as 17h. Mas apenas cinco haviam partido até as 17h30. O atraso era de cerca uma hora e meia.
Algumas empresas, como a Lloyd Aéreo Boliviano, colocaram funcionários ao longo da fila para avisar que nenhum vôo sairia antes que todos tivessem embarcado. Mas a maioria dos passageiros se queixava de desinformação. "Estou desesperada. No check-in, só falaram para corrermos para a fila por causa da greve. Não sei mais nada", disse a secretária Geane Cristina Sinésio, 25.
A Polícia Federal conta com dez agentes no aeroporto. Como eles não podem suspender o serviço, realizaram uma operação padrão, que consiste na checagem detalhada de cada passaporte.
Normalmente, apenas a fotografia e a data de validade do documento são checadas. A operação será realizada por um prazo indefinido, segundo Francisco Carlos Sabino, presidente do sindicato que representa os policiais federais de São Paulo.

Passaportes
A emissão de passaportes também será afetada. Antes, o prazo para a entrega do documento era de cerca de 15 dias. Agora, apenas 30% dos agentes estão trabalhando, o que elevou o tempo de espera para cerca de 30 dias. Casos urgentes, porém, não serão prejudicados, segundo a assessoria de imprensa da PF.
Além da delegacia de registro de estrangeiros e emissão de passaportes, continuam funcionando a delegacia de plantão da PF e o setor responsável pela custódia dos presos. Nos demais setores, como as delegacias de entorpecentes e a de controle de armas, o trabalho está sendo realizado apenas pelos delegados. Todos os agentes da instituição estão de greve.
(AMARÍLIS LAGE)


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