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AGENDA NEGATIVA
Além deles, advogados da União podem fazer paralisação
Fiscais da Receita também ameaçam cruzar os braços
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
Além da greve na Polícia Federal, o governo pode enfrentar paralisação de outras duas categorias: os advogados da União e os
fiscais da Receita Federal também
ameaçam parar.
Cerca de 7.500 fiscais da Receita
votam hoje um indicativo de greve para o caso de o governo não
aceitar suas propostas de reajuste
salarial. No ano passado, optaram
por paralisações temporárias.
A categoria quer que a carreira
seja equiparada à de procurador
da República (Ministério Público). Se isso acontecer, o salário
inicial passaria de R$ 5.200 para
cerca de R$ 8.000. O governo pediu prazo até o dia 31 para estudar
as propostas dos fiscais.
O Sindicato dos Técnicos da Receita Federal de São Paulo fará um
protesto hoje, na frente do prédio
do Ministério da Fazenda, no centro de São Paulo. Durante a manifestação, voluntários serão encaminhados para hospitais da região para doar sangue.
AGU
Cerca de 400 advogados da
União fizeram uma manifestação
ontem de manhã em frente ao Palácio do Planalto e tentaram, sem
sucesso, ser recebidos na Casa Civil da Presidência. Em seguida, foram ao Congresso Nacional em
busca do apoio de parlamentares.
A principal queixa são os baixos
salários. Um advogado federal em
início de carreira ganha, em média, R$ 3.400. Eles exigem um reajuste de 100%. São cerca de 5.000
advogados que defendem o governo federal em todo o país.
"A situação é tão dramática que
40% dos aprovados em concursos
públicos nem tomam posse. Preferem trabalhar em escritórios
particulares ou no Judiciário, que
pagam muito mais", disse Sérgio
Luiz Rodrigues, presidente do
Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional, um
órgão independente, sem vínculos com centrais sindicais. Eles
também reclamam da evasão de
profissionais, da precariedade das
instalações de trabalho, do tamanho do orçamento e da ausência
de carreiras de apoio técnico.
Procurada ontem para falar sobre o assunto, a assessoria de imprensa da AGU (Advocacia Geral
da União) não quis se manifestar
sobre as críticas nem sobre a
ameaça de paralisação.
Hoje à tarde serão feitas assembléias nas principais cidades do
país para decidir se haverá greve
por tempo indeterminado.
A categoria, que é responsável
por defender a União na Justiça e
prestar-lhe assessoria jurídica, inclui, basicamente, advogados da
União, procuradores federais
(ambos da Advocacia Geral da
União), defensores públicos da
União e procuradores da Previdência, da Fazenda Nacional e do
Banco Central.
Os advogados públicos dizem
que, só no ano passado, foram
responsáveis por uma economia
de R$ 50 bilhões para os cofres
públicos.
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