São Paulo, sábado, 10 de março de 2007

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Países democratizam energia, diz embaixador

DA REPORTAGEM LOCAL

O embaixador norte-americano no Brasil, Clifford Sobel, afirma que EUA e Brasil iniciaram uma "transformação" na área de energia que poderá beneficiar vários países pobres que se propuserem a gerar combustíveis alternativos. Leia entrevista à Folha: (FCZ)

 

FOLHA - Quais foram os principais pontos da visita?
CLIFFORD SOBEL - Os dois presidentes falaram em parcerias em várias modalidades e áreas. Basicamente, estão democratizando a área de energia. Praticamente qualquer país pode produzir biocombustíveis, que poderão ser transformados em commodities. Estamos falando de vários países da América do Sul, Central e da África, não para dar ajuda, mas empregos e promover uma transformação com os biocombustíveis.

FOLHA - A maior preocupação entre alguns empresários brasileiros é que os EUA obtenham o "know-how" para fabricar etanol da cana-de-açúcar e levem essa produção para outros países, mantendo as restrições tarifárias ao Brasil.
SOBEL - O Brasil é produtor com baixos custos. Nosso caso é diferente, pois produzimos a partir do milho. Os EUA poderiam produzir etanol a partir da cana em Estados como Flórida e Louisiana, mas o que todos queremos é trabalhar juntos para democratizar a produção.
Além disso, o Brasil tem um mercado doméstico próprio que deve continuar crescendo ao longo do tempo. Sobre a tarifa, o presidente (Bush) foi muito claro ao dizer que isso não está em negociação.
O que foi dito é que devemos olhar para o lado positivo da questão e identificar o que podemos conquistar juntos. Há vários pontos a serem desenvolvidos, como a questão da infra-estrutura. Os EUA precisam de tecnologia, tubulações, bombas para o transporte de etanol, algo que o Brasil começou a fazer há muitos anos.
Isso tudo vai permitir investimentos nos EUA e em outros países, pois estamos comprometidos a usar os combustíveis alternativos para reduzir nosso "vício" em petróleo.


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