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Para Bush, álcool é arma contra "dependência"
PEDRO DIAS LEITE
EM SÃO PAULO
O presidente dos EUA,
George W. Bush, disse ontem que o seu interesse no
programa de álcool combustível do Brasil se deve a
uma "questão de segurança nacional".
"Se você depende de petróleo de países de outros
continentes, há uma questão de segurança nacional.
Depender da energia de
outro lugar significa que
depender das decisões tomadas em outro lugar",
disse ao lado do presidente
Lula, em Guarulhos.
O brasileiro cobrou, sem
usar o termo, a transformação do álcool e dos biocombustíveis em commodities, o que facilitaria investimentos e abriria mercados. "É preciso criar as
bases para um mercado
mundial de biocombustíveis", afirmou.
Os presidentes visitaram uma unidade da
Transpetro, por onde passam todo mês 14 milhões
de litros de biodiesel e 10
milhões de álcool. Lá,
Bush recebeu uma "aulinha" sobre os processos de
produção de biocombustíveis e do álcool a partir da
cana-de-açúcar.
"Isso [álcool] dá ao Brasil uma imensa vantagem
nos mercados mundiais. A
cana-de-açúcar é, de longe, o material mais eficiente para a produção de etanol (...). Eu parabenizo o
senhor e a Petrobras por
estar na liderança dessa
mudança tecnológica",
disse o norte-americano.
A frase foi interpretada
pelo ministro das Relações
Exteriores, Celso Amorim,
como um sinal de que, no
futuro, as barreiras contra
o álcool brasileiro vão naturalmente cair, apesar da
negativa do próprio Bush
horas mais tarde.
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