São Paulo, sábado, 10 de março de 2007

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Presença de Bush atrai tiete e "manifestação verde" a hotel

MATHEUS PICHONELLI
DA REDAÇÃO

O automóvel diminui a velocidade ao passar na frente do Centro Empresarial Nações Unidas, na av. Luís Carlos Berrini, na madrugada de São Paulo. Um passageiro bota a cabeça para fora e, olhando em direção ao hotel Hilton, "saúda" George W. Bush: "Safado!"
Posicionados em frente ao hotel onde passava a noite o presidente dos EUA, os soldados não movem os músculos nem os fuzis. Salvo um ou outro grito pela noite, os prometidos protestos contra a visita do americano ficaram longe dali.
Os únicos manifestantes a baterem ponto são um casal vestido de preto, que investia contra o imperialismo ianque todas as vezes que uma repórter da TV Globo tentava gravar.
Já o estudante Marco Aurélio Simões, 16, só aguardava a passagem da comitiva estrangeira para transmitir seu recado, escrito atrás de uma réplica da bandeira americana. Era uma espécie de declaração de amor.
"Amo os EUA", diz ele, que jamais viajou aos EUA. "Tudo o que eles fazem é melhor: a política, a educação, a geografia, a língua." Mas e a guerra do Iraque? "Teve erros, mas quando um não quer dois não fazem."
Às 3h, dois estrangeiros tentam entrar no hotel com acompanhantes e são barrados. Alguém de dentro propõe: "Tomorrow, ok?". Aceitam.
Apenas com o dia claro chegariam novos manifestantes. Vestidos como árvores -roupas verdes, folhas e galhos de material sintético - estendiam cartazes pedindo a anulação do que diziam ser a venda da floresta amazônica a uma empresa norte-americana. Perto dali, Eduardo de Lima Fernandes, 16, que distribui folhetos na região, olhava os helicópteros da escolta aérea. Dizia não entender "por que tamanho barulho só por causa de um idiota".


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