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Presença de Bush atrai tiete e "manifestação verde" a hotel
MATHEUS PICHONELLI
DA REDAÇÃO
O automóvel diminui a velocidade ao passar na frente do
Centro Empresarial Nações
Unidas, na av. Luís Carlos Berrini, na madrugada de São Paulo. Um passageiro bota a cabeça
para fora e, olhando em direção
ao hotel Hilton, "saúda" George
W. Bush: "Safado!"
Posicionados em frente ao
hotel onde passava a noite o
presidente dos EUA, os soldados não movem os músculos
nem os fuzis. Salvo um ou outro
grito pela noite, os prometidos
protestos contra a visita do
americano ficaram longe dali.
Os únicos manifestantes a
baterem ponto são um casal
vestido de preto, que investia
contra o imperialismo ianque
todas as vezes que uma repórter da TV Globo tentava gravar.
Já o estudante Marco Aurélio
Simões, 16, só aguardava a passagem da comitiva estrangeira
para transmitir seu recado, escrito atrás de uma réplica da
bandeira americana. Era uma
espécie de declaração de amor.
"Amo os EUA", diz ele, que
jamais viajou aos EUA. "Tudo o
que eles fazem é melhor: a política, a educação, a geografia, a
língua." Mas e a guerra do Iraque? "Teve erros, mas quando
um não quer dois não fazem."
Às 3h, dois estrangeiros tentam entrar no hotel com acompanhantes e são barrados. Alguém de dentro propõe: "Tomorrow, ok?". Aceitam.
Apenas com o dia claro chegariam novos manifestantes.
Vestidos como árvores -roupas verdes, folhas e galhos de
material sintético - estendiam
cartazes pedindo a anulação do
que diziam ser a venda da floresta amazônica a uma empresa norte-americana. Perto dali,
Eduardo de Lima Fernandes,
16, que distribui folhetos na região, olhava os helicópteros da
escolta aérea. Dizia não entender "por que tamanho barulho
só por causa de um idiota".
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