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Transpetro fez "belezura" para visita de Bush
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Transpetro fez uma
"operação belezura" para a
visita, ontem, do presidente
George Bush ao terminal da
empresa em Guarulhos (SP).
Os tanques de armazenagem
de gasolina para avião e álcool foram pintados e as ruas
internas foram recapeadas.
O petroleiro Fábio Bandini, 25, do Sindicato Unificado dos Petroleiros de São
Paulo, filiado à CUT (Central
Única dos Trabalhadores),
disse que as obras, que começaram há mais de um mês,
passaram de R$ 1 milhão.
A Transpetro, que não
confirmou o valor, disse que
as obras não representaram
"nenhum gasto adicional"
-seriam já previstas "na rotina da empresa", embora
uma ou outra possa ter sido
"adiantada". Para a empresa,
"é como se arrumar a casa
para receber um visitante".
Bandini e seis cutistas fizeram um protesto isolado numa entrada da empresa, a
200 metros do local do encontro de Bush com Lula.
Na chegada e na saída, a
comitiva de Bush passou a
cerca de cinco metros dos
sindicalistas, que gritaram
"assassino" e "serial killer".
Puderam ver só a silhueta do
presidente na limusine. Com
os vidros fechados e a blindagem do carro, Bush nada deve ter ouvido.
Entre 200 e 300 moradores dos bairros Pimentas e
Santo Afonso viram a passagem da comitiva. A estudante Fernanda Pires, 24, disse
achar a visita "muito chique,
mas o bairro é pobre, não
tem nem padaria". Embora
tenha ido ver Bush, disse não
gostar do americano. "Nada a
ver. Ele quer levar o álcool
embora, a única coisa que a
gente tem aqui. Sem álcool,
eu perco até o meu namorado", brincou Fernanda.
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