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Metade dos diretórios do PSDB afirma apoiar Serra
Só um presidente estadual da sigla declara voto em Aécio em eventuais prévias
Em crítica indireta a Aécio, FHC condenou ontem a antecipação da campanha eleitoral: "Governador tem que trabalhar e não viajar"
FERNANDO BARROS DE MELLO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo menos metade dos 27
diretórios estaduais do PSDB
está disposta a apoiar a candidatura do governador de São
Paulo, José Serra, a presidente
em 2010, caso o partido realize
pela primeira vez nos seus 20
anos prévias para a escolha.
Praticamente todos afirmam
trabalhar pelo consenso entre
Serra e o outro pré-candidato
tucano, o governador Aécio Neves (MG). Questionados pela
Folha sobre quem escolheriam
hoje como candidato, 14 presidentes estaduais tucanos disseram Serra, 12, não ter preferência e apenas 1 apontou Aécio, o principal defensor das prévias.
A busca da união é apoiada
pelo presidente nacional do
PSDB, senador Sérgio Guerra
(PE). "Nós vamos buscar o consenso até o último minuto."
Na falta de acordo, os presidentes estaduais argumentam
que as prévias são o melhor instrumento para a escolha. "Vai
fortalecer o partido e ocupar
um espaço que atualmente está
sendo utilizado pelo PT da ministra Dilma", disse o presidente do PSDB-PR, Valdir Rossoni.
Reservadamente, o grupo ligado a Serra afirma que suas
"sondagens" indicam resultado
semelhante. À Folha Serra disse não ser contra a consulta ao
partido: "Apenas acho muito
prematura a discussão".
O ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso também
condenou ontem a antecipação
da campanha eleitoral, não só
da parte do governo mas também da do PSDB.
Numa crítica indireta a Aécio, FHC afirmou que, neste
momento de crise econômica,
"governador tem que trabalhar
e não viajar".
O mineiro chegou a convidar
Serra para percorrerem juntos
os Estados atrás de votos.
"Seria precipitado. Eles são
governadores, têm que trabalhar, não podem sair pelo Brasil a fazer prévias", disse FHC,
na abertura do calendário acadêmico do Instituto Brasiliense de Direito Público.
Mobilização
De qualquer forma, o tema já
mobiliza o partido. O deputado
federal Paulo Abi-Ackel, presidente estadual em Minas, disse
que a discussão da nomeação
com a base é um "sentimento
nacional". "Essa pretensão surgiu de maneira natural, não é
derivada de ambição pessoal."
Para o deputado Arnaldo
Madeira (SP), o PSDB se "peemedebizou", pois deixou de
"pensar o país" e está mais
preocupado com interesses regionais. "O PSDB precisa ter
discurso. Fomos de certa forma
voltando à origem, o PMDB, no
sentido de formar direções com
base nas lideranças regionais.
Qualquer semelhança não é
mera coincidência."
O PSDB, no entanto, ainda
não sabe quais são as regras para uma primária. Uma definição só sairá após respostas do
Tribunal Superior Eleitoral. Os
tucanos querem saber de que
forma poderia ser financiada a
prévia, que tipo de propaganda
seria permitida, entre outros
questionamentos práticos.
Um recadastramento será
feito, independentemente da
realização da consulta. Em
muitos Estados, os dados de filiados estão desatualizados.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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