São Paulo, terça-feira, 10 de março de 2009

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Metade dos diretórios do PSDB afirma apoiar Serra

Só um presidente estadual da sigla declara voto em Aécio em eventuais prévias

Em crítica indireta a Aécio, FHC condenou ontem a antecipação da campanha eleitoral: "Governador tem que trabalhar e não viajar"

FERNANDO BARROS DE MELLO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo menos metade dos 27 diretórios estaduais do PSDB está disposta a apoiar a candidatura do governador de São Paulo, José Serra, a presidente em 2010, caso o partido realize pela primeira vez nos seus 20 anos prévias para a escolha.
Praticamente todos afirmam trabalhar pelo consenso entre Serra e o outro pré-candidato tucano, o governador Aécio Neves (MG). Questionados pela Folha sobre quem escolheriam hoje como candidato, 14 presidentes estaduais tucanos disseram Serra, 12, não ter preferência e apenas 1 apontou Aécio, o principal defensor das prévias.
A busca da união é apoiada pelo presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). "Nós vamos buscar o consenso até o último minuto."
Na falta de acordo, os presidentes estaduais argumentam que as prévias são o melhor instrumento para a escolha. "Vai fortalecer o partido e ocupar um espaço que atualmente está sendo utilizado pelo PT da ministra Dilma", disse o presidente do PSDB-PR, Valdir Rossoni.
Reservadamente, o grupo ligado a Serra afirma que suas "sondagens" indicam resultado semelhante. À Folha Serra disse não ser contra a consulta ao partido: "Apenas acho muito prematura a discussão".
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também condenou ontem a antecipação da campanha eleitoral, não só da parte do governo mas também da do PSDB.
Numa crítica indireta a Aécio, FHC afirmou que, neste momento de crise econômica, "governador tem que trabalhar e não viajar".
O mineiro chegou a convidar Serra para percorrerem juntos os Estados atrás de votos.
"Seria precipitado. Eles são governadores, têm que trabalhar, não podem sair pelo Brasil a fazer prévias", disse FHC, na abertura do calendário acadêmico do Instituto Brasiliense de Direito Público.

Mobilização
De qualquer forma, o tema já mobiliza o partido. O deputado federal Paulo Abi-Ackel, presidente estadual em Minas, disse que a discussão da nomeação com a base é um "sentimento nacional". "Essa pretensão surgiu de maneira natural, não é derivada de ambição pessoal."
Para o deputado Arnaldo Madeira (SP), o PSDB se "peemedebizou", pois deixou de "pensar o país" e está mais preocupado com interesses regionais. "O PSDB precisa ter discurso. Fomos de certa forma voltando à origem, o PMDB, no sentido de formar direções com base nas lideranças regionais. Qualquer semelhança não é mera coincidência."
O PSDB, no entanto, ainda não sabe quais são as regras para uma primária. Uma definição só sairá após respostas do Tribunal Superior Eleitoral. Os tucanos querem saber de que forma poderia ser financiada a prévia, que tipo de propaganda seria permitida, entre outros questionamentos práticos.
Um recadastramento será feito, independentemente da realização da consulta. Em muitos Estados, os dados de filiados estão desatualizados.

Colaborou a Sucursal de Brasília


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