São Paulo, segunda-feira, 10 de abril de 2006

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PAINEL

Preparando terreno
Dentre os caminhos que a oposição pretende abrir para um eventual pedido de impeachment de Lula, um passará pela CPI dos Bingos. Caberá à comissão o papel de tipificar em seu relatório os possíveis crimes cometidos pelo presidente.

Enfim, um foco
Expoentes da oposição acham que as linhas de investigação que nortearam os trabalhos da CPI em 2005, como os casos Santo André e Ribeirão Preto, são páginas viradas. A ordem agora é avançar sobre a quebra do sigilo do caseiro e Paulo Okamotto, o "doador universal".

Sem pressa
Na luta para quebrar o sigilo de Okamotto, que diz ter pago contas do presidente Lula, a oposição na CPI já recolhe assinaturas para prorrogar até outubro, data do primeiro turno, os trabalhos da comissão.

Saiu barato
Os técnicos que assessoraram a CPI dos Correios não entenderam por que Okamotto escapou de ser citado no relatório final. Foi no decorrer das investigações que apareceu o tal pagamento da dívida de R$ 29 mil.

Agora é Lula
Por enquanto, o relator dos Bingos, Garibaldi Alves (PMDB-RN), tem afirmado que pretende ir adiante do ponto onde parou Osmar Serraglio (PMDB-PR) na investigação dos Correios. No mínimo, será mais firme na "omissão" de Lula.

Tapetão bravo
No PT, ganhou força no final de semana a tese da turma que defende empastelar de vez a CPI com recursos ao Supremo.

Segue o dominó
Auxiliares de Lula dizem que o presidente, como de costume, resistirá enquanto puder à pressão para demitir Márcio Thomaz Bastos, envolvido no episódio da violação do sigilo do caseiro. A queda do titular da Justiça aproximaria o presidente da insustentabilidade, avaliam.

Espremendo o bagaço
Ex-presidente da CPI dos Correios, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) mandou editar, na gráfica do Senado, o livro "Delcídio na TV", com a íntegra de suas entrevistas a programas televisivos, como o de Jô Soares.

Lipoaspiração
Atendendo a uma determinação do Tribunal de Contas da União, a Infraero refez os cálculos da obra do terminal 3 do aeroporto internacional de Guarulhos. O TCU havia verificado sobrepreço. A redução foi de nada menos que R$ 72,87 milhões.

Foi o mordomo
Os aliados de José Serra seguem indignados com João Câmara. Os "serristas" atribuem ao militante, aliado de José Aníbal, a nova fornada de faixas contra a renúncia do candidato tucano ao cargo de prefeito.

Sinal trocado
Foram também para conta de Câmara manifestações públicas na linha "José Serra governador", por enquanto proibidas pela lei eleitoral. Aníbal, vereador em São Paulo, mantém sua pré-candidatura ao governo.

Fiel da balança
O deputado federal João Paulo Cunha (PT), sacador do valeiroduto absolvido pela Câmara semana passada, promete anunciar até quarta o apoio a Aloizio Mercadante ou Marta Suplicy.

Você por aqui?
Assim que desembarcou anteontem no aeroporto de Navegantes (SC), o tucano Geraldo Alckmin deu de cara com o casal de peemedebistas Anthony e Rosinha Garotinho. Todos foram rápidos nos cumprimentos.

Território inimigo
Garotinho estará hoje em São Paulo para tentar minimizar os danos que Orestes Quércia provocou em sua campanha ao Planalto quando lançou Itamar Franco como um dos presidenciáveis do PMDB.

TIROTEIO

Do deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR) sobre a queda do presidenciável Geraldo Alckmin na pesquisa Datafolha:
-Tucano carregando o caso Nossa Caixa não consegue nem conseguirá levantar vôo.

CONTRAPONTO

Olfato aguçado

A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) e o ministro Walfrido Mares Guia (Turismo) conversavam quinta passada na festa de reinauguração do Palácio da Alvorada quando Marina Silva (Meio Ambiente) se aproximou.
Ela primeiro cumprimentou a senadora. A seguir, ao se virar para dar dois beijos no ministro, desistiu de imediato.
Mares Guia limpava a boca após ter comido um canapé e ficou sem entender o ocorrido. -Por acaso o senhor comeu camarão? -, perguntou a ministra do Meio Ambiente.
-Sim-, disse ele.
- Nossa, como você percebeu? -, perguntou Ideli.
- Eu senti o cheiro de longe.
Marina, então, explicou que é alérgica ao crustáceo.
- E quando seu marido come camarão? -, insistiu Ideli.
-Ih, aí não tem jeito. Eu mando ele ficar pelo menos três meses longe de mim!


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