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Garotinho diz que não ataca Alckmin
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Embora pesquisa Datafolha indique proximidade na intenção
de votos entre ele e o adversário
Geraldo Alckmin (PSDB), o pré-candidato do PMDB à Presidência, Anthony Garotinho, disse ontem à Folha que não atacará o
pré-candidato tucano.
A possibilidade, mais adiante,
de aliança entre PMDB e PSDB
contra a reeleição do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não
é apontada por Garotinho como
razão de poupar o ex-governador
de São Paulo. "Tenho muito respeito pessoal por ele [Alckmin].
Vou manter essa posição. Embora ache que ele e Lula representem
uma política econômica que faz
mal ao país", afirmou.
Alckmin e Garotinho mantêm
desde o ano passado um relacionamento cordial. Nas últimas semanas, têm se falado com freqüência por telefone. Oficialmente, nenhum deles confirma a
aliança. Mas, se não for candidato, Garotinho apoiará Alckmin
-sob algumas condições.
Segundo o pré-candidato do
PMDB, o resultado da pesquisa
mostra que o eleitor busca uma
alternativa fora do PT e do PSDB.
"Diante da perseguição que venho sofrendo dos poderosos do
PMDB, do PT e dos bancos, acho
que o povo brasileiro começou a
perceber que esses setores querem impor à sociedade duas candidaturas com o mesmo conteúdo, sem dar chance ao país de fazer uma reflexão", afirmou.
Garotinho disse que as pessoas
o procuram para falar sobre a suposta perseguição. "As pessoas
estão vendo a covardia que esse
pessoal está fazendo comigo. Sinto na rua, as pessoas falam comigo. Claro que a propaganda na televisão ajudou, não há dúvida."
O peemedebista enfrenta resistência de líderes do partido. No
dia 19, em Brasília, se reúne com
candidatos aos governos estaduais para tentar convencê-los a
apoiar sua candidatura. Antes, visitará os Estados. Hoje, estará em
São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Atacar os adversários internos
até a convenção passou a ser a estratégia de Garotinho para se impor como candidato. A nova tática de Garotinho está explicitada
no site www.anthonygarotinho.com.br.
Antes, o site batia em Lula, no
PT e até no ex-prefeito José Serra
-quando ainda postulava disputar a eleição presidencial. Agora,
os alvos são o senador e ex-presidente José Sarney (AP) e o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL).
Escolhido informalmente pré-candidato em março, Garotinho
terá que passar pela convenção,
controlada por adversários. Embora possa ser antecipada, a convenção deverá ocorrer em junho.
Segundo Garotinho, a intenção
é "mostrar a incoerência deles".
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