São Paulo, terça-feira, 10 de abril de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

A união faz a força

Os partidos do chamado "bloquinho" da Câmara (PSB, PC do B e PDT) decidiram estender a integração aos ministérios que cada um deles ocupa. A idéia é repartir os espaços nas pastas entre as três legendas a fim de fortalecer o grupo diante do poderio conquistado por PT e PMDB com a reforma ministerial.
Os principais alvos são postos no Ministério do Trabalho e na futura Secretaria de Portos, que ainda não foi criada. Haverá, no entanto, reserva de mercado para o partido que encabeça a pasta. A bancada do PDT, por exemplo, já pediu ao ministro Carlos Lupi a garantia de que terá a titularidade de todos os cargos das DRTs (Delegacias Regionais do Trabalho) nos 12 Estados em que a sigla conseguiu eleger deputados.

Isolado. Miro Teixeira (RJ) continua agindo como estranho no ninho do PDT. Na votação da medida provisória que acabou com contratações temporárias nas agências reguladoras, semana passada, apresentou emenda contrária à orientação do governo. Só três colegas o seguiram.

Turbo. A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) prometeu a Pedro Brito que a nova Secretaria de Portos englobará a área de hidrovias, hoje a cargo do Dnit, jóia da coroa do PR nos Transportes. Titular da pasta, Alfredo Nascimento tenta evitar mais essa baixa.

Novela. Lula admitiu ao senador Inácio Arruda (PC do B-CE) que está difícil fechar acordo para que a Petrobras forneça gás à usina siderúrgica do pólo de Pecém, fator de crise entre o governo e aliados no Estado. "Vamos ter de dar um jeito", disse o presidente.

Media training. O ministro Waldir Pires (Defesa), o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, e o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, passaram todo o dia de ontem se preparando para a audiência de hoje no Senado sobre o apagão aéreo.

Em casa. Jorge Viana, tratado como "curinga" de Lula durante todo o período pré-reforma ministerial, acaba de assumir a presidência do Fórum de Desenvolvimento Sustentável do Acre, que reúne ONGs e empresários do Estado onde foi governador por dois mandatos.

Você aqui? A Páscoa uniu em São Paulo o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, e a governadora Wilma de Faria (PSB), adversários no Rio Grande do Norte. Lado a lado na platéia do musical "My Fair Lady", trocaram acenos cordiais.

Área restrita. Após longa negociação com o Ministério Público, a Prefeitura de São Paulo assinou um "termo de ajustamento de conduta" no qual se compromete a autorizar a realização de apenas três eventos anuais na Avenida Paulista: a corrida de São Silvestre, o Réveillon e a Parada do Orgulho GLBT.

Tropical. O Ibama autorizou os funcionários do órgão que trabalham no Rio a usar bermudas no horário de expediente, tudo por conta das "condições climáticas" da cidade. Mas alerta: "É vedado o uso de "shorts", bermudas de tecidos transparentes ou semitransparentes, roupas de banho e chinelos de dedo".

Bololô. Apesar da determinação judicial, petistas da Assembléia paulista estão incertos quanto à viabilidade da CPI da Nossa Caixa, já que o pedido foi arquivado no final da legislatura, em 15 de março. A fim de garantir sua instalação, vão começar a recolher assinaturas para fazer nova solicitação de investigação.

Às origens. O senador Delcídio Amaral (PT) comprou briga com governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), depois que o Estado decidiu aumentar de 27% para 29% o ICMS cobrado das empresas de telefonia celular. "Agora vamos ter de voltar a nos comunicar pelo berrante pantaneiro", ironiza.

Tiroteio

"Do mensalão à nomeação. Oferecer cargo a aliado às vésperas de uma CPI é prova de que o governo Lula não mudou a prática, só o caixa".
Do deputado MENDES THAME (PSDB-SP) sobre o fato de Lula ter designado ministros para distribuir cargos do segundo escalão a aliados no momento em que a CPI do Apagão Aéreo ronda o Congresso.

Contraponto

Saída de emergência

Lula e os comandantes da Forças Armadas se reuniram no Planalto, há uma semana, para a solenidade de entrega de espadas dos novos oficiais-generais.
Assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia circulava discretamente pelo evento quando, abordado por jornalistas, começou a falar com entusiasmo sobre a viagem do presidente aos EUA, dias antes, para o encontro com George W. Bush em Camp David.
-Professor, ninguém quer falar de EUA. A gente quer saber é da crise aérea -, interrompeu uma repórter.
-Crise aérea? Eu não sei de nada. Nesse assunto aí, eu só entro como vítima!


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