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Pepista recebeu
R$ 5 mil na conta,
indica gravação
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pelo menos um deputado federal investigado na Operação Sanguessuga por suposto envolvimento com o esquema de venda
de ambulâncias superfaturadas
recebeu dinheiro diretamente em
sua conta dos integrantes da quadrilha que operava a fraude, segundo a Polícia Federal.
Em conversa captada pela PF,
Luiz Antônio Vedoin e Alessandra Trevisan, filhos de Darci Vedoin (apontado como chefe da
quadrilha), falam sobre pagamentos que deveriam fazer a uma
série de pessoas. De acordo com a
PF, no caso do deputado Reginaldo Germano (PP-BA), eles dispensaram a utilização de "um laranja" e fizeram o depósito na
conta do próprio deputado.
A conversa ocorreu no dia 22 de
dezembro do ano passado. Luiz
Antônio discorre sobre todos os
pagamentos que deveriam ser
efetuados naquele dia. Diz que
não pronunciaria os nomes completos dos beneficiários, somente
as iniciais. Num deles, fala: "R$ 15
mil, ED, Reginaldo Germano",
mencionando também os números da agência, da conta e do CPF.
No dia seguinte, Alessandra
descreve a Luiz Antônio relação
de pessoas e empresas para as
quais haviam sido efetuados pagamentos. Entre as quais, "Reginaldo, R$ 5 mil".
A PF levantou também pagamentos para uma série de assessores de parlamentares, entre os
quais dos deputados Maurício
Rabelo (PL-TO) e Elaine Costa
(PTB-RJ) e o senador Ney Suassuna (PMDB-PB).
Explicações
A notícia de que novos deputados estariam envolvidos com a
máfia dos sanguessugas levou
parlamentares a darem explicações ontem no Congresso.
Em nota, o deputado João
Grandão (PT-MS) afirmou que
suas emendas atendem a reivindicações dos municípios e que o
"acompanhamento do processo
de licitação objeto das emendas
não cabe ao seu autor". O deputado diz que "possui o Ministério da
Saúde o poder constitucional, instrumental e métodos de fiscalização e controle para que o objeto
do contrato seja atendido".
O deputado Enio Tatico (PTB-GO) declarou que nunca apresentou emendas ao Orçamento para
compra de ambulâncias. Segundo
o deputado, foram apresentadas
algumas emendas para "atenção
básica à saúde", que ficam a critério do município beneficiado.
A deputada Kátia Abreu (PFL-TO) se disse "chocada" com a inclusão de seu nome no escândalo.
Ela também afirmou nunca ter
apresentado nenhuma emenda
para ambulâncias.
Ann Pontes (PMDB-PA) chorou aos se defender no plenário
da Câmara. "Fui surpreendida
por uma notícia lamentável, de
que meu nome estaria incluído no
rol de deputados envolvidos na
denominada Operação Sanguessuga. A minha primeira atitude
foi me reunir com os funcionários
do meu gabinete para avisar que
vinha a esta tribuna dizer que colocaria à disposição meus sigilos
fiscal, telefônico e bancário, assim
como os de todas as pessoas que
trabalham em meu gabinete."
O deputado Feu Rosa (PP-ES)
disse que a acusação contra ele representa "calúnia e difamação".
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