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Documento de CNBB diz que há uma "crise ética" no Congresso
Texto sobre a situação política do Brasil menciona também preocupação com "fortes indícios de corrupção" no Judiciário
Entidade reitera oposição ao aborto e afirma que é necessário avançar no desenvolvimento "com inclusão e justiça social"
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM INDAIATUBA
A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) divulgou ontem, no encerramento
de sua 45ª Assembléia Geral,
em Indaiatuba (SP), documento no qual aponta a existência
de uma "crise ética" no Congresso e manifesta preocupação com "fortes indícios de corrupção" no Judiciário.
Tradicionalmente divulgado
ao final do encontro da entidade, o documento sobre o quadro político do país reafirma
ainda a posição contrária dos
bispos à legalização do aborto e
ao uso de embriões humanos
para fins terapêuticos e, indiretamente, à eutanásia.
O aborto tem sido alvo de polêmica entre o governo federal
e a Igreja Católica. "É preciso
defender a vida desde a aurora
da concepção até o seu natural
ocaso", diz o texto.
Houve crítica também à proposta de redução da maioridade penal para 16 anos, aprovada
no último dia 16 pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, considerando-a
um "paliativo" que não atinge a
raiz da violência.
Sobre a atuação do governo
federal, o documento afirma
que os pobres estão sendo beneficiados pelos programas sociais, mas que é preciso avançar
no desenvolvimento "com inclusão e com justiça social".
Na questão econômica, o documento coloca que a produção
de etanol no Brasil não pode ser
feita em detrimento da reforma
agrária, do equilíbrio ecológico
e da necessidade alimentar.
O documento foi elaborado
por uma comissão e submetido
à aprovação de todos os bispos
presentes. A assembléia reuniu
330 bispos. "Valorizamos o que
tem de bom [no governo] sem
endeusar, dizendo que é preciso ir à frente, principalmente
com mudanças estruturais como a reforma política", disse d.
Moacyr Grechi, arcebispo de
Porto Velho (RO), que coordenou a comissão.
Na proposta inicial, o texto
havia incluído propostas da 4ª
Semana Social da entidade, de
novembro de 2006, como a regulação da economia pelo Estado e um plebiscito para avaliar
supostas perdas causadas pela
privatização da Vale do Rio Doce. As propostas foram retiradas na discussão em plenário.
No encerramento, tomou
posse a nova direção da CNBB.
D. Geraldo Lyrio Rocha, o presidente, disse que o presidente
Lula convidou a nova direção a
se reunir com os ministros da
área social. Sem citar o aborto,
d. Geraldo Lyrio disse que a
CNBB irá levar para o governo
todas as questões "referentes à
vida, inclusive as que estão em
andamento no Congresso".
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