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Gushiken é multado por publicidade irregular
Ex-ministro petista terá de pagar R$ 30 mil por omissão em contratos da Presidência; advogado vai recorrer
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-ministro Luiz Gushiken
foi multado ontem em R$ 30
mil por omissão em contratos
de publicidade da Presidência
da República. O Tribunal de
Contas da União aprovou relatório de auditoria que apontou
irregularidades na propaganda
do Planalto, de orçamentos forjados à falta de controle de veiculação de anúncios.
Gushiken vai recorrer. O ex-ministro também é investigado
no TCU por suposto prejuízo
de R$ 9 milhões aos cofres públicos. Esse seria o custo, em
2004, de parte das revistas de
balanço do governo Lula que o
tribunal suspeita nem sequer
terem sido impressas, menciona o relatório votado ontem.
O relatório do ministro Ubiratan Aguiar teve a votação
adiada em três semanas a pedido do procurador do Ministério
Público junto ao TCU, Lucas
Furtado. Em seu parecer, Furtado conclui que o ato de Gushiken "abriu oportunidade para a ocorrência de diversas e
graves irregularidades".
O relatório aponta fragilidade dos mecanismos de controle
como a mais grave irregularidade da Secom. Isso mostraria,
segundo os auditores, falta de
zelo no uso de verba pública.
A auditoria lista ainda casos
em que a Secom recebeu orçamentos forjados para legitimar
a subcontratação de serviços.
As agências têm que fazer cotação de preços e apresentar, no
mínimo, três propostas.
O ministro Ubiratan Aguiar
não viu motivos para o TCU punir por ora as agências, duas das
quais ainda prestam serviços à
Presidência: Matisse e Lew Lara. Mas sugere à recém-criada
Secretaria de Comunicação Social da Presidência que apure a
responsabilidade dessas empresas no prazo de 60 dias.
A Secom comandada por
Gushiken foi em 2005, em
meio ao escândalo do mensalão. Menos de dois anos depois,
o governo criou, com superpoderes, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência.
O TCU rejeitou argumento
de Gushiken, de que não teria
participado diretamente de supostas irregularidades, dizendo
que ele falhou ao "fiscalizar
atos de gestão relevantes".
O relatório não entra em detalhes sobre as revistas de balanço do governo Lula, objeto
de outra auditoria.
Outro lado
O advogado de Luiz Gushiken, Justiniano Fernandes,
disse ontem que irá recorrer da
multa. Fernandes classificou
de "equivocado" o acórdão do
tribunal. "Não há razoabilidade
nessa decisão", disse.
O advogado chamou a atenção para o fato de o tribunal não
ter apurado prejuízo aos cofres
públicos com as supostas irregularidades na Secom.
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