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CNBB declara "indignação" em relação à absolvição de fazendeiro no caso Dorothy
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos no Brasil) se manifestou contrariamente à absolvição do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, suspeito de ter mandado matar a
missionária Dorothy Stang em
fevereiro de 2005. Em nota, expressou "indignação ética".
"Estamos diante de uma situação que é apenas um exemplo a mais de como ainda temos
que caminhar na reforma do judiciário", disse dom Dimas Lara Barbosa.
Dom Luiz Soares Vieira, vice-presidente da CNBB e arcebispo de Manaus, disse acreditar
que a "impunidade" com o resultado do julgamento pode encorajar o uso de violência em
casos semelhantes. Ele afirmou
que confia na revisão do caso.
Conflito
Sobre o conflito entre arrozeiros e indígenas na reserva
Raposa/Serra do Sol (RR), a entidade disse ser conseqüência
da ausência do Estado na área.
"O que realmente está ocorrendo nessas regiões é a ausência do Estado. Falta saúde, educação e presença da segurança.
Mas isso não é só lá, a Amazônia toda está nessa situação",
afirmou o vice-presidente da
CNBB. Ele disse que algumas
regiões do país podem, sim, ser
chamadas de "terra sem lei".
A CNBB defende a demarcação contínua do território indígena. Vieira afirmou que experiências com ilhas dentro da
terra demarcada não foram
bem-sucedidas. O arcebispo
também criticou a afirmação
de que a reserva atrapalharia a
defesa do território nacional.
"Veja a fronteira com a Colômbia. Por que a guerrilha não
entrou em território brasileiro,
já que os pelotões de fronteira
estão muito longe um do outro?
Por causa dos índios. E por que
eles estão hoje nas fronteiras?
Porque eles foram escorraçados", afirmou.
(JOHANNA NUBLAT)
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