RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu chamou de "factóide" a polêmica sobre o dossiê com gastos do governo FHC. A afirmação foi feita ontem, em Campo Grande, após sua participação como palestrante em um encontro estadual do PT.
"Eu considero esse assunto do dossiê um factóide. Isso não tem nenhuma importância para o Brasil. É zero. Primeiro, que nem se tem segurança jurídica de que os dados eram sigilosos. Segundo, porque não está provado que se fez nenhum dossiê. Em relação ao vazamento, têm de ser tomadas as devidas providências legais."
Antes da entrevista, a assessoria de Dirceu avisou que ele não responderia a nenhuma pergunta sobre a Polícia Federal e uma sindicância da Casa Civil terem apontado José Aparecido Nunes Pires, secretário de Controle Interno da pasta, como o responsável por vazar o dossiê. O servidor assumiu o cargo por indicação de Dirceu.
A assessoria distribuiu aos jornalistas cópias de um texto publicado no blog de Dirceu no qual ele critica a cobertura "torpe e grosseira" do episódio. "José Aparecido não é nem meu aliado nem meu ex-assessor e nem "homem de Dirceu" como registrado em manchete de um jornal", escreveu ele.
Questionado, porém, concordou em justificar os critérios que o levaram a escolher o funcionário, militante do PT. Pesaram, diz Dirceu, "a história, a capacidade profissional e a competência" de Aparecido.
"Ele era um técnico do TCU que tinha todas as credenciais para ocupar o cargo. O cargo é do sistema de controle interno, que é o que o TCU faz. O Brasil antes tinha esse cargo em todos os ministérios." Dirceu disse não crer que a revelação do vazador possa transferir de Dilma Rousseff para si algum desgaste do episódio. "A oposição tornou a ministra mais conhecida, ela ganhou mais apoio."


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