|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ministério Público acusa governador e senador de Goiás de crime eleitoral
Alcides Rodrigues e Marconi Perillo teriam utilizado esquema ilícito em 2006
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério Público Federal
apresentou denúncia ao STF
(Supremo Tribunal Federal)
contra o senador Marconi Perillo (PSDB-GO) e o governador
de Goiás, Alcides Rodrigues Filho (PP), alegando uma série de
crimes que teriam cometido na
campanha eleitoral de 2006.
Perillo foi governador do Estado e Rodrigues, o seu vice, e
concorriam, naquele ano, aos
cargos que ocupam hoje.
Ambos foram denunciados
pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando
Souza, por formação de quadrilha, fraude processual, peculato, caixa dois, ocultação de provas e pagamento de despesas de
campanha por meio de "laranjas". Segundo o documento, de
16 páginas, Marconi Perillo e
Alcides Rodrigues "foram os
mentores e principais beneficiários de um esquema de captação ilícita de recursos, utilização de notas fiscais frias, pagamento de despesas de campanha por meio de "laranjas" e
outras fraudes eleitorais".
A denúncia foi enviada no dia
28 de março ao STF, mas não
foi divulgada porque o processo
corre em segredo de Justiça.
Assim que chegou, foi distribuída para o gabinete do ministro
Ricardo Lewandowski, que será o relator do caso. O procurador-geral baseou-se em escutas
telefônicas que grampearam
funcionários do Diretório Estadual do PSDB-GO.
Entre as acusações contra
Perillo, o Ministério Público
afirma que ele teria usado
aviões da Polícia Militar "para
compromissos políticos e particulares". Também teria utilizado policiais militares para
sua segurança pessoal durante
a campanha. "Após o término
da campanha, apurou-se que os
responsáveis pela segurança
pessoal de Marconi Perillo
eram policiais militares estaduais que executavam tal serviço durante seus horários de expediente", diz o texto.
Sobre caixa dois e utilização
de notas frias, a denúncia afirma: "Marconi Perillo e Alcides
Rodrigues apresentaram dezenas de notas fiscais frias à Justiça Eleitoral, pois os serviços nelas descritos não foram efetivamente prestados pelas empresas que as emitiram".
Tal prática é demonstrada
pelo Ministério Público em trechos do seguinte telefonema,
entre Waldete Faleiros, contadora do Diretório Estadual do
PSDB em Goiás, e Genaro Herculano, presidente da empresa
Multicooper Cooperativa de
Serviços Especiais, responsável
pela emissão das notas:
"Waldete: Eu tô fazendo uma
operação... Eu preciso fazer
uma operação com você, em
nome do PSDB, no valor de
quinze mil, é possível? Genaro:
O que você precisa de mim?
Waldete: Uai, eu preciso de
uma nota e... descontar o cheque..... Genaro: Mas o que seria? o que é que a gente vai colocar? Waldete: Pois é, ai poderia
ser locação de veículo... Genaro:
É, locação de veículo dá porque
eu tenho muito veículo".
Texto Anterior: Perfil: Vazador tem longa história dentro do PT Próximo Texto: Outro lado: Defesa diz que tucano deveria ter sido ouvido Índice
|