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Bloquinho reprova negociação de Erundina
Líderes do PSB priorizam candidatura do grupo e dizem que costura de alianças não deve de ser feita "entre pessoas"
Deputado Aldo Rebelo, do
PC do B, é o nome fechado para representar o bloco, formado também pelo PDT e que é cobiçado por Marta
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O bloquinho, formado por
PSB, PC do B e PDT, desautorizou ontem a deputada Luiza
Erundina (PSB) por negociar
diretamente uma aliança com o
PT em São Paulo. Sondada para
ser vice da ministra Marta Suplicy na capital, Erundina disse
à Folha que aceitaria.
Mas, já na véspera, antes da
entrevista, o deputado Ciro
Gomes (PSB-CE) condenara,
numa reunião com Erundina, a
costura da aliança à revelia dos
demais partidos do bloco.
Potencial candidato à Presidência e interessado na construção de um palanque na cidade para 2010, Ciro recomendou
a Erundina que se priorize o
bloco e lembrou a ela que existe um compromisso com o deputado Aldo Rebelo (PC do B).
Quarta-feira, após informar
o presidente do PSB, governador Eduardo Campos (PE), do
convite, Erundina foi chamada
para uma reunião com o comando do partido.
Nela, Ciro defendeu a unidade do bloco. Um dos participantes, o vice-presidente do
PSB, Roberto Amaral, resumiu:
"Devemos pensar no médio e
no longo prazo. É importante
construir palanque sólido para
Ciro em São Paulo e no Rio".
Amaral disse que "a prioridade é a candidatura própria [do
bloquinho] e não está descartada a aliança [com o PT], desde
que a negociação seja com o
bloco". O nome do vice seria
discutido em grupo. "Não entre
pessoas", afirmou.
Até o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva telefonou para o
presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), para pedir cuidado
na abordagem ao bloquinho.
Lula afirmou a Berzoini que
não quer ver "atropelo" ao grupo, que é um aliado nacional.
A Folha apurou que o próprio Aldo fez chegar ao Palácio
do Planalto sua contrariedade.
Em conversas, os petistas teriam atribuído o assédio à
ameaça de Marta desistir caso
não engrosse seu tempo de TV.
O PT teria até se comprometido a deixar a prefeitura com
Erundina a partir de 2010, ano
em que Marta disputaria o governo de São Paulo. Apesar da
tentação de contar com uma
aliada na prefeitura para a corrida presidencial, os aliados de
Ciro duvidam da hipótese.
Daí, a intenção de investir
em Aldo para a consolidação de
um palanque em 2010. Como
existe resistência a Erundina
dentro do PT, Aldo também é
cobiçado para ocupar a vaga de
vice de Marta.
Difícil será convencê-lo.
Também presente à reunião, o
presidente estadual do PSB,
Márcio França, avisou: "A candidatura a vice de alguém só
acontecerá se não houver candidatura do bloco".
(CATIA SEABRA, KENNEDY ALENCAR E RANIER BRAGON)
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