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SUCESSÃO NO ESCURO
Há negociações com PPS e PMDB
Política de alianças para disputa ao Planalto em 2002 divide PT
DA REPORTAGEM LOCAL
A negociação de uma aliança do
PT com outros setores da oposição, defendida por seu provável
candidato presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva, está sendo criticada nas próprias fileiras petistas.
É o que indica uma análise das
teses inscritas pelas sete chapas
que vão disputar a primeira eleição direta para presidente e diretório nacional do partido, em 16
de setembro. A ampliação do leque de alianças do PT está no topo
da lista de prioridades do chamado "Campo Majoritário", que
reúne facções de "direita" e "centro" e controla hoje o partido.
O presidente nacional do partido, José Dirceu, candidato à reeleição, sonha unificar a oposição,
aliando-se a Ciro Gomes (PPS),
Itamar Franco (PMDB) e Anthony Garotinho (PSB).
As outras chapas, no entanto,
têm críticas à política de alianças.
Com cerca de 10% do Diretório
Nacional, a ala esquerdista Democracia Socialista, que lidera
uma das chapas, classifica Itamar
e Ciro de "oposição burguesa".
O ex-presidente é responsabilizado pela DS, que tem como candidato a presidente o ex-prefeito
de Porto Alegre Raul Pont, por ter
"promovido um avanço substancial dos direitos do grande capital
financeiro, em detrimento da soberania nacional".
Linha semelhante segue a chapa
liderada pela Articulação de Esquerda, que diz que a política de
alianças não deve ser pensada
"apenas para vencer as eleições,
mas para mudar o país".
Já a chapa "Por um Socialismo
Democrático" defende aliança estratégica com os partidos da Frente Popular -conjunto de legendas que apoiaram Lula em 1998.
Mesmo as chapas "de centro"
ou "moderadas" têm críticas.
"Não há sentido em falar em
aliança com setores do PMDB
que fazem oposição ao governo.
O partido ainda é controlado por
governistas", diz o vereador de
Porto Alegre José Fortunati, candidato por uma chapa "próxima
ao centro". Ele admite aliança
apenas no segundo turno.
Já Tilden Santiago, que pertence
à moderada "Movimento PT", diz
que a atual direção deveria mostrar mais empenho em evitar o
isolamento do PT no primeiro
turno. Santiago lembra o "salto
alto" do partido em 1994, quando
dava como certa uma vitória de
Lula e quem acabou eleito foi Fernando Henrique Cardoso.
Tranquilidade
Ninguém no PT duvida da reeleição de Dirceu à presidência. As
tendências críticas à ampla aliança, no entanto, estarão representadas no novo diretório nacional,
de acordo com as regras de proporcionalidade.
(FÁBIO ZANINI)
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