São Paulo, domingo, 10 de junho de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

Freio de mão

O ministro Tarso Genro (Justiça) reuniu o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, na sexta à noite. Trataram das recentes manifestações de entidades como a OAB e de parlamentares de vários partidos contra supostos abusos nas recentes operações da PF.
Embora repitam publicamente a avaliação positiva das ações, decidiram rever as normas e portarias que regulamentam as prerrogativas da PF. Em 90 dias, Lacerda entregará sugestões para corrigir eventuais exageros e fixar procedimentos mais claros para as investigações. Tarso defende o uso de grampos, intensificado nas recentes operações, como uma "conquista" para aperfeiçoar os inquéritos, e diz que, apesar dos protestos, eles continuarão a ser usados.

E a fase 2? Quem teve acesso a dados da Operação Navalha estranha a demora da PF em divulgar desdobramentos das investigações, principalmente no que se refere a implicações de novas empresas e suas relações com ministros e parlamentares.

Déjà vu. As empresas que podem se complicar com o segundo corte da navalha atuam predominantemente no setor elétrico e têm negócios com a Petrobras, estatal que até aqui passou incólume. Uma delas, inclusive, já teve problemas na época do mensalão.

Conexões. Um dos foragidos da Operação Xeque-Mate, o empresário e ex-deputado Gandi Jamil já era procurado pela Interpol. Ele é irmão do chefão do crime organizado da fronteira, Fahd Jamil, também procurado pela polícia por suspeita de envolvimento com o terrorismo islâmico.

No pé. O PSOL, autor da representação contra Renan Calheiros (PMDB-AL) no Conselho de Ética do Senado, vai aprovar em seu congresso, hoje, uma moção pedindo que o peemedebista se afaste da presidência da Casa enquanto durarem as investigações, hipótese já descartada por ele.

Motim 1. A oposição vai cobrar na segunda-feira do presidente da CPI do Apagão Aéreo da Câmara, Marcelo Castro (PMDB-PI), que solicite ao Tribunal de Contas da União informações sobre as auditorias feitas na Infraero.

Motim 2. Sem os dados, os oposicionistas querem que os depoimentos do ex-presidente da estatal, Carlos Wilson (PT-PE), e do atual, brigadeiro José Carlos Pereira, marcados para quinta, sejam adiados. "Somos uma CPI sem I, que não investiga", reclama Gustavo Fruet (PSDB-PR).

Meio a meio. A proposta oficial do PT sobre a reforma política que será debatida com a bancada do partido nesta semana prevê o mesmo número de vagas para homens e mulheres no voto em lista fechada. O modelo ganhou o apelido de "puladinha" entre os petistas.

Cheque especial. O endividado PT prevê gastar cerca de R$ 4 milhões em seu 3º Congresso, no final de agosto. O partido pagará passagem e hospedagem para os delegados e alugará um amplo centro de convenções na rodovia dos Imigrantes, em São Paulo.

Quem? Na pesquisa nacional que encomendou ao GPP, o DEM quis medir sua popularidade pós-mudança de nome. Diante da pergunta sobre qual partido passara a chamar Democratas, só 11% marcaram PFL. Outros 84,7% não sabiam ou não responderam.

Haja botox. Outra má notícia para o DEM é que, apesar da nova identidade e de a ala jovem ter assumido o poder, 42,7% dizem ter imagem negativa da sigla, contra 22,2% que simpatizam com ela.

É ou não é? O PDT do Rio Grande do Sul anunciou o rompimento com Yeda Crusius (PSDB) e entregou as secretarias que comandava, mas seus deputados continuam acompanhando o governo nas votações da Assembléia.

Adeus, Brasília. Os quatro deputados federais com base eleitoral em Londrina são pré-candidatos à prefeitura da cidade paranaense. Estão na empreitada para deixar o Planalto Central Barbosa Neto (PDT), André Vargas (PT), Alex Canziani (PTB) e Luiz Carlos Hauly (PSDB).

Tiroteio

Lula faz a opção pela defesa da autonomia dos povos, mas restringir a liberdade de expressão nunca é favorável à democracia.


Do presidente nacional da OAB, CEZAR BRITTO , sobre a declaração do presidente segundo a qual a não-renovação da concessão do canal RCTV foi uma atitude "democrática" do governo venezuelano.

Contraponto

Leão da Montanha

No domingo passado, um grupo de tucanos esperava no aeroporto de Guarulhos pela chegada de Geraldo Alckmin, que passara por período de estudos nos EUA. No horário previsto, os correligionários se agitaram, mas quem surgiu no desembarque foi o presidente do PT, Ricardo Berzoini, vindo de viagem à Síria.
Uma jornalista correu até ele:
-Que beleza, presidente. Nem governador José Serra veio ver o Alckmin, mas o senhor está aqui firme e forte!
Ao se dar conta da situação, o petista apertou o passo:
-Está na hora de eu sair correndo daqui já!


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