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Servo dizia que Morelli era "homem forte" do PT
Sócio o apresentava como
integrante de campanhas
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA EM CAMPO GRANDE
RUBENS VALENTE
ENVIADO ESPECIAL A CAMPO GRANDE
O empresário de jogos e candidato derrotado a deputado
federal pelo PSB-MS em 2006,
Nilton Cezar Servo, preso na
Operação Xeque-Mate, apresenta Dario Morelli Filho, em
uma conversa gravada em maio
pela Polícia Federal, como o
"homem forte" que estava na
campanha do presidente Lula à
reeleição e do petista Aloizio
Mercadante ao governo de SP.
Compadre de Lula e filiado
ao PT, Morelli também foi preso na Operação Xeque-Mate.
Segundo a PF, ele é sócio de
Servo em uma casa de jogos
aberta em nome de um laranja
em Ilhabela (SP). Até ser preso,
Morelli era funcionário da empresa de saneamento de Diadema (SP), com salário de R$
4.000. O prefeito da cidade, José de Fillipi Jr., foi tesoureiro
da última campanha de Lula.
Servo e Morelli tiveram anteontem as prisões temporárias prorrogadas por mais cinco
dias. Os dois foram indiciados
sob suspeita de formação de
quadrilha, contrabando de
componentes de caça-níqueis,
corrupção ativa e falsidade
ideológica. A máfia dos caça-níqueis, do qual os dois fariam
parte, movimentava, segundo a
PF, R$ 250 mil diariamente.
No dia 24 de maio, a PF captou um diálogo de Servo com
um homem não-identificado.
Na conversa, Servo convida o
interlocutor para um encontro.
"Eu estou aqui com homem
forte. Aquele que eu mandei você ligar na campanha para ele,
que estava na campanha", diz
Servo. "A do Lula?", pergunta o
interlocutor. "É do Lula, do
Mercadante", responde Servo.
A PF diz em relatório que o tal
homem forte é Morelli.
No diálogo, constata-se, segundo a PF, que Morelli "é ligado ao Partido dos Trabalhadores no Estado de São Paulo, tendo inclusive participado das
campanhas eleitorais do presidente da República Luiz Inácio
Lula da Silva e do candidato
derrotado ao governo de São
Paulo Aloizio Mercadante".
Outras escutas telefônicas,
segundo a PF, apontaram que
Morelli corrompia policiais para manter os caça-níqueis. Em
uma gravação ele aparece pedindo a um contador o documento da casa de jogos aberta
em nome de laranja.
O advogado Milton Fernando Talzi, defensor de Morelli,
afirmou que eu seu cliente tem
uma empresa ativa em épocas
de campanha eleitoral para aluguel de carros a campanhas. Segundo ele, Morelli era funcionário da casa de jogos em Ilhabela, e não dono, recebendo R$
1.500 por mês. Talzi afirma que
a casa funcionava com ordem
judicial e que seu cliente não
precisava corromper policiais.
Omar Rasslan, defensor de Servo, disse que não pode falar sobre o caso porque o processo
está em segredo de Justiça.
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