São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

Três em um

Dois raciocínios empurram o PT e os partidos do "bloquinho" para um derradeiro esforço de união em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. O primeiro é que a aliança turbinaria as chances de três dessas siglas -além do PT, PSB e PC do B- nas maiores capitais. Elas já são reais nos casos de Marta Suplicy e de Márcio Lacerda, mas permanecem remotas para Jandira Feghali na ausência de uma boa coligação no Rio. Isso eleva a pressão para que seu correligionário Aldo Rebelo desista em favor de Marta.
O segundo argumento a pesar no desejo do bloco de marchar unido com Marta é que, se o PDT se desgarrar e anunciar apoio à petista, pouco sobrará para ser negociado por PSB e PC do B no segundo turno.

Script. Está tudo pronto para que o bloco faça um grande "apelo" a seu pré-candidato em SP. A esta altura, o único a insistir na candidatura de Aldo é o próprio Aldo. Ele tende a ceder. A dúvida é se o fará aceitando a vaga de vice de Marta ou se vai sair de cena e abrir espaço para outro nome.

Bônus. O PSB tenta incluir Manaus, onde o prefeito Serafim Corrêa concorre à reeleição, na negociação. No desenho imaginado, PC do B e PT retirariam seus candidatos.

Rapa. Geraldo Alckmin usou o fim de semana para fazer corpo-a-corpo na agitada 25 de Março. "Vou ajudar vocês!", dizia aos camelôs a cada esquina. Até que chegou a fiscalização. O tucano se refugiou num bar e pediu café.

Carecas. Ao avistar Alckmin, um grupo de camelôs se pôs a gritar: "Olha lá o Serra!".

Tô fora. Amigos garantem que o ex-secretário da Educação Gabriel Chalita, ocupado com seus livros e com a agenda lotada de palestras pelo país, dirá não, obrigado, ao pedido de Alckmin para que se candidate a vereador.

Saia justa. O candidato do DEM em Porto Alegre, Onyx Lorenzoni, é dos mais atingidos pela crise no governo Yeda. A chance de ter o PSDB no palanque ruiu. E a aliança com o PP, que havia sido anunciada, subiu no muro com os petardos lançados contra a sigla pelo vice-governador "demo", Paulo Feijó.

Vai lá. A cúpula do PSDB tenta convencer Aécio Neves a sair em defesa da colega Yeda Crusius, que está com o governo a pique. Os dois sempre tiveram bom relacionamento.

Filão. Afilhada de Lula, a advogada Valeska Teixeira tem se dedicado a propostas para privatização de aeroportos. Chegou a levar o assunto a reunião da Comissão de Direito Aeronáutico da OAB-SP.

Vade retro. Milton Zuanazzi procurou senadores para dizer que não quer depor junto com Denise Abreu amanhã. O ex-presidente da Anac, ligado a Dilma Rousseff, está rompido com a ex-diretora que acusa a ministra de pressionar pela venda da Varig. O pedido não deve ser aceito.

Não vi. Do secretário da Segurança de Roraima, Cláudio Lima de Souza, em maio, na Comissão da Amazônia da Câmara: "Nunca recebi denúncia de tráfico de mulheres e crianças para exploração sexual". Dias depois, o procurador-geral do Estado foi preso sob suspeita de participar de rede de pedofilia e tráfico.

Sintonia. O veto presidencial à lei que dava autonomia aos cartórios, desobrigando-os de prestar contas às corregedorias dos tribunais estaduais, resultou de diálogo de bastidor entre Lula e o presidente do Supremo, Gilmar Mendes. O Congresso havia ignorado nota técnica do CNJ contrária à mudança.

Seletivo. Prefeito de Barueri, única cidade entre as cem maiores a não receber verba federal, Rubens Furlan (PMDB) recusou emenda de R$ 80 mil do deputado estadual Enio Tatto (PT) para aparelho de tomografia.

Tiroteio

Fica apenas uma pergunta: sob a proteção de qual lei ele foi eleito presidente?


De MARCO AURÉLIO DE MELLO, ministro do Supremo e ex-presidente do TSE, sobre Lula, que acha "hipócrita" a limitação imposta pela Lei Eleitoral à liberação de verbas e inaugurações nos meses da campanha.

Contraponto

Tolerância zero

Em reunião feita ontem no Palácio do Planalto para normatizar a participação dos ministros na campanha municipal deste ano, Franklin Martins (Comunicação Social) recitou uma lista tão extensa de "não pode" que Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), empenhado em reeleger o peemedebista João Henrique em Salvador, resolveu perguntar, em tom de piada:
-E votar, a gente pode? Ou nem isso?
A seu lado, o colega Paulo Bernardo (Planejamento) devolveu na mesma moeda:
-Depende. Primeiro você informa em quem pretende votar. Daí a gente analisa e toma uma decisão.


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