São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 2008

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Indígenas invadem prédios em MS e PR e fazem dois reféns

No Paraná, índios invadiram imóvel do Ministério da Saúde para protestar contra atraso em repasse de verba para aldeias

Grupo das etnias terena, guarani e caiuá pede que administradora da Funai em Dourados (MS) seja substituída por um indígena

DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Índios das etnias caingangue, guarani, terena e caiuá invadiram ontem prédios públicos no Paraná e Mato Grosso do Sul, onde chegaram a fazer reféns. Eles protestam contra atrasos no repasse de verbas para aldeias paranaenses e para indicar um indígena para administrar a Funai (Fundação Nacional do Índio) em Dourados (221 km de Campo Grande).
No Paraná, caingangues e guaranis invadiram prédio do governo federal em Curitiba e bloquearam a BR-277 durante todo o dia de ontem no município de Nova Laranjeiras (386 km de Curitiba). Até o fechamento desta edição, a rodovia continuava bloqueada.
A invasão do prédio do Ministério da Saúde onde funciona a representação da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) foi a segunda em menos de um mês. Cerca de 40 índios entraram no prédio por volta das 5h e só sairiam se tivessem uma sinalização de que suas exigências seriam atendidas.
Para desbloquear a rodovia e sair do prédio, os índios pedem a liberação de R$ 327 mil para renovar o aluguel da frota de 33 carros. Eles são usados no transporte das equipes médicas que circulam pelas aldeias.
A direção da Funasa no Paraná informou que iniciou as conversações com os índios para tentar chegar a um acordo.
Em Mato Grosso do Sul, um grupo de 20 índios das etnias terena, guarani e caiuá invadiu ontem a sede da Funai, em Dourados, e fez reféns duas servidoras, que foram libertadas pela Polícia Militar. O grupo exige a saída imediata da atual administradora, Margarida Nicoletti, e defende a indicação de um indígena para o cargo.
A manifestação foi iniciada por volta das 6h e se estendeu até as 16h (horário de Brasília), quando os índios deixaram o prédio. Na semana passada, o grupo já havia invadido o prédio. A Funai divulgou cópia de documento aprovado no fim de semana pelas principais lideranças guaranis e caiuás. Além de condenar as invasões, o texto apóia a permanência de Nicoletti. A Folha não conseguiu contato com os índios que lideraram o protesto.


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