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Indígenas invadem prédios em MS e PR e fazem dois reféns
No Paraná, índios invadiram imóvel do Ministério da Saúde para protestar contra atraso em repasse de verba para aldeias
Grupo das etnias terena, guarani e caiuá pede que administradora da Funai
em Dourados (MS) seja substituída por um indígena
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
Índios das etnias caingangue,
guarani, terena e caiuá invadiram ontem prédios públicos no
Paraná e Mato Grosso do Sul,
onde chegaram a fazer reféns.
Eles protestam contra atrasos
no repasse de verbas para aldeias paranaenses e para indicar um indígena para administrar a Funai (Fundação Nacional do Índio) em Dourados (221
km de Campo Grande).
No Paraná, caingangues e
guaranis invadiram prédio do
governo federal em Curitiba e
bloquearam a BR-277 durante
todo o dia de ontem no município de Nova Laranjeiras (386
km de Curitiba). Até o fechamento desta edição, a rodovia
continuava bloqueada.
A invasão do prédio do Ministério da Saúde onde funciona a representação da Funasa
(Fundação Nacional de Saúde)
foi a segunda em menos de um
mês. Cerca de 40 índios entraram no prédio por volta das 5h
e só sairiam se tivessem uma sinalização de que suas exigências seriam atendidas.
Para desbloquear a rodovia e
sair do prédio, os índios pedem
a liberação de R$ 327 mil para
renovar o aluguel da frota de 33
carros. Eles são usados no
transporte das equipes médicas que circulam pelas aldeias.
A direção da Funasa no Paraná informou que iniciou as conversações com os índios para
tentar chegar a um acordo.
Em Mato Grosso do Sul, um
grupo de 20 índios das etnias
terena, guarani e caiuá invadiu
ontem a sede da Funai, em
Dourados, e fez reféns duas servidoras, que foram libertadas
pela Polícia Militar. O grupo
exige a saída imediata da atual
administradora, Margarida Nicoletti, e defende a indicação de
um indígena para o cargo.
A manifestação foi iniciada
por volta das 6h e se estendeu
até as 16h (horário de Brasília),
quando os índios deixaram o
prédio. Na semana passada, o
grupo já havia invadido o prédio. A Funai divulgou cópia de
documento aprovado no fim de
semana pelas principais lideranças guaranis e caiuás. Além
de condenar as invasões, o texto apóia a permanência de Nicoletti. A Folha não conseguiu
contato com os índios que lideraram o protesto.
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