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Cartórios têm origem na Suméria
HÉLIO SCHWARTSMAN
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS
Já se tornou clichê afirmar que os cartórios brasileiros são uma herança colonial lusitana. Na verdade, suas origens são muito
mais antigas. Trata-se de
uma relíquia suméria.
Essa civilização não só
inventou a escrita em fins
do 4º milênio a.C. como
também criou o primeiro
sistema de autenticação
cartorial: escribas davam
"fé pública" a documentos
apondo-lhes inscrições especiais -os primeiros "carimbos" da história.
Foram os romanos, porém, que deram um arranjo mais sistemático às práticas notariais, que em
grandes linhas permanece
o mesmo até hoje.
Separaram os registros
públicos dos privados. Os
primeiros, que envolviam
assuntos ligados às cortes,
eram feitos pelos "notarii"
-um cargo público. Já
questões privadas, como a
inscrição de acordos consensuais e testamentos,
costumava ser exercida
pelos "tabelliones".
Outro mito que cerca os
cartórios é dizer que eles
existem apenas no Brasil.
Na verdade, existem em
quase todos os países europeus e de colonização
europeia. O que muda é o
número de vezes que se
exige que o cidadão visite
um tabelião e alimente sua
caixa registradora.
Reconhecer firma até
para comprar um carro e
autenticar cópias de certidões oficiais são práticas
que pareceriam exóticas
no mundo civilizado, onde
você é você até prova em
contrário e faxes têm o
mesmo valor de originais.
Durante boa parte de
sua longa história, os cartórios atuaram para simplificar a vida das pessoas,
dando publicidade a atos
oficiais, registros e evitando que todos tivessem de
comparecer diante de um
magistrado para tudo.
Resta saber se, em tempos de internet, em que registros ilimitados podem
ser mantidos a custo irrisório por um único escritório, a estrutura cartorial
herdada do Império Romano facilita ou embaraça
a vida do cidadão.
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