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Base aliada planeja não dar quórum para CPI
Governistas aproveitam o impasse com a oposição na CPI das ONGs para atrasar a instalação da comissão sobre a Petrobras
Senador governista Valdir Raupp (PMDB-RO) afirmou que, se oposicionistas não aceitarem o acordo, a base aliada não estará presente
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um impasse na CPI das Ongs
vai atrasar, mais uma vez, o início da CPI da Petrobras. Governistas pretendem faltar na reunião da comissão prevista para
hoje, o que deverá resultar no
adiamento do encontro para a
semana que vem.
Ontem, a base aliada ao governo esvaziou a CPI da Ongs
quando o presidente da comissão, Heráclito Fortes (DEM-PI), decidiu manter o senador
oposicionista Arthur Virgílio
(AM), líder do PSDB, como novo relator das investigações.
PT e PMDB só aceitam instalar a CPI da Petrobras se DEM
e PSDB devolverem a relatoria
da CPI das ONGs para o senador governista Inácio Arruda
(PC do B-CE). Ele perdeu o
posto depois que foi nomeado,
por algumas horas, integrante
da CPI da Petrobras. Um senador não pode ser titular de duas
CPIs ao mesmo tempo.
Heráclito aproveitou-se disso e indicou o líder do PSDB como relator. Ontem, enquanto o
tucano apresentava seu plano
de trabalho, os governistas deixaram o plenário da CPI. Virgílio terminou sua exposição com
só um senador como ouvinte,
Sérgio Guerra (PSDB-PE).
"Não querem apurar [irregularidades em ONGs] porque o
mensalão vai ser fichinha", disse Virgílio. Segundo Valdir
Raupp (PMDB-RO), se não
houver acordo, governistas não
"marcarão presença nunca".
O impasse na CPI da ONGs
ajuda o governo a ganhar tempo para definir quem vai ocupar as vagas de presidente e relator na CPI da Petrobras. O
objetivo é acabar com o veto do
líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), ao nome de Romero
Jucá (PMDB-RR) para relator.
Ontem eles almoçaram juntos. O líder do PMDB quer a garantia de que Jucá não tomará
decisões na CPI sem ouvi-lo.
"As coisas vão se resolver", disse Renan, sem dar detalhes.
O objetivo do líder do PMDB
é manter-se como principal interlocutor da bancada com o
presidente Lula. Hoje dois senadores do PMDB ocupam estão no ministério: Edison Lobão (Minas e Energia) e Hélio
Costa (Comunicações).
O próprio presidente ficou de
falar com senadores do PT e do
PMDB para que cheguem a um
nome de consenso para ocupar
a relatoria da CPI da Petrobras.
Em qualquer CPI, as vagas de
presidente e relator são estratégicas. O primeiro marca e define as pautas das reuniões. O
segundo dá rumo às investigações e elabora o relatório final.
Presidente da BR Distribuidora (subsidiária da Petrobras),
o ex-senador José Eduardo Dutra esteve ontem no Senado para conversar. "Se for convocado
para depor, virei", disse ele, que
é candidato a presidente do PT.
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