DA AGÊNCIA FOLHA

A Polícia Militar prendeu na tarde de sexta-feira 21 sem-terra ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) por crime de desobediência civil durante operação de reintegração de posse da área do engenho Jaboatão, no município de Moreno (região metropolitana de Recife).
Dois adolescentes que estavam com o grupo foram levados para a DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) e estão à disposição da promotoria.
Os outros integrantes, 17 homens e duas mulheres, estão detidos no presídio Aníbal Bruno e na colônia penal feminina Bom Pastor.
Os sem-terra também são acusados de porte ilegal de armas. No local, foram apreendidos dois revólveres calibre 38 e munição.
Invadida há cerca de três anos, a área do engenho já foi alvo de 11 mandados de reintegração de posse.
Na ação de sexta-feira, autorizada pelo juiz substituto da comarca de Moreno, Reginaldo Alves de Andrade, a juíza titular, Sônia Maria Pereira Guerra, determinou que os sem-terra fossem autuados por desobediência civil em razão da insistência em retornar à área após as ações de reintegração.

Resposta
"Nós vamos continuar fazendo isso (invadindo a área). Ali é uma área de conflito. Queremos que o engenho prove em juízo que a área lhe pertence", disse Rommwel Figueiredo, coordenador para a região metropolitana do MST.
A direção do movimento deve promover na manhã de hoje um ato de protesto em frente ao presídio Aníbal Bruno.
O advogado do MST, João Arnaldo Novaes, pretendia impetrar um pedido de habeas corpus em favor dos presos.
"A prisão é totalmente arbitrária. Para caracterizar desobediência, seria preciso que a juíza tivesse notificado os trabalhadores, o que não aconteceu", disse Novaes.


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