|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Filho de ex-ouvidor da Anatel tem TV
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério das Comunicações abriu um processo administrativo para apurar denúncias de
veiculação de publicidade na TV
Ubá, em Minas Gerais.
A TV Ubá é uma emissora educativa, portanto, proibida por lei
de divulgar publicidade. Ela é comandada por Daniel Coelho, filho
de Saulo Coelho, que era ouvidor
da Anatel até a semana passada,
quando assumiu uma cadeira na
Câmara pelo PSDB de Minas Gerais, no lugar de Ademir Lucas,
que se licenciou para ser candidato a prefeito de Contagem (MG).
A Anatel é o órgão responsável
pela fiscalização das emissoras de
TV. Coelho, como ouvidor, era
responsável por receber as denúncias de irregularidades.
A TV Ubá, que hoje é uma retransmissora, é uma das 300 que
buscam se tornar geradoras.
A denúncia foi publicada na
edição de junho da revista "Carta
Capital". Na reportagem, um funcionário da emissora admite que
existe venda de espaço publicitário. Ele ainda mostra uma tabela
em que a veiculação de 30 segundos, seis vezes ao dia, sai por R$
700 mensais.
O funcionário afirma ainda que
a emissora transmite propagandas de cigarro e bebidas alcoólicas, o que não é permitido nas
TVs educativas.
De acordo com o secretário nacional de Radiodifusão, Paulo Minicucci, o primeiro passo do processo é analisar o conteúdo da
programação da TV Ubá.
Caso seja comprovada a veiculação de material publicitário, a
emissora será multada, terá a programação suspensa por até 30
dias e, em caso de reincidência, a
cassação da concessão.
Outro ponto a ser investigado
pela secretaria é a qualidade da
programação gerada pela TV
Ubá. Segundo Minicucci, há a
suspeita de que a programação
não mantenha o caráter educativo
previsto na concessão.
"Vou pouco a Ubá"
Coelho declarou que foi ele próprio quem pediu a Minicucci a
abertura do processo. "A denúncia tem de ser apurada. Se tiver alguma coisa de errado feita por
meu filho, tem de ser punido."
O deputado disse não ter relações com a emissora, que é controlada pela Fundação Ubaense
de Educação e Cultura, presidida
por seu filho. "Moro em Brasília,
vou pouco a Ubá. Por isso, não sei
se há problemas na TV e defendo
a apuração."
O presidente da fundação que
administra a emissora, Daniel
Coelho, não foi encontrado para
comentar o assunto.
(OC)
Texto Anterior: Comunicações: Governo deve criar 180 emissoras de TV Próximo Texto: PT tenta anular decreto 3.451 Índice
|