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Valério lidera ranking de sacadores da DNA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O relatório do Coaf (Conselho
de Controle de Atividades Financeiras) sobre os R$ 20,9 milhões
sacados em espécie nas contas da
SMPB Comunicação e DNA Propaganda identifica entre os 13 nomes liberados pelo órgão do Ministério da Fazenda o publicitário
Marcos Valério Fernandes de
Souza, que é um dos sócios das
agências, e mais dois funcionários
dele como os sacadores das maiores quantias.
Valério, apontado pelo deputado Roberto Jefferson como operador do suposto "mensalão"
aparece na listagem do Coaf como
o responsável pelo maior volume
sacado entre julho de 2003 e maio
passado: R$ 1.555.523,77, sempre
na conta da DNA no Banco Rural.
Depois dele figuram dois funcionários da mesma agência: o diretor financeiro Paulino Alves Ribeiro Júnior e Júlio César Marques Cassão, que trabalha no setor administrativo da empresa e
reside na periferia de Belo Horizonte. Ambos são responsáveis
pelo saque de R$ 800 mil cada um
na conta da DNA no Rural.
Estão na lista ao menos mais
duas pessoas com ligações diretas
com as agências de Valério. O gerente financeiro da filial da DNA
em Brasília, Robson Ferreira Pego, e Márcio Hiram Guimarães
Novaes, ex-diretor na DNA e sócio de Valério na Estratégica Marketing e Promoção.
Consta no relatório que Valério
e Hiram sacaram da conta da Estratégica no Banco Rural, em 30
de Julho de 2004, R$ 140 mil.
O Coaf também registrou os nomes de mais três funcionários da
SMPB, a outra agência de onde foram sacadas vultosas quantias de
dinheiro: Geiza dos Santos, do setor financeiro, seria responsável
pelos provisionamentos (reservas) dos saques; Simone Vasconcelos, diretora financeira, aparece
como responsável pelos depósitos. Um deles, de R$ 413,9 mil.
Alessandro Ferreira dos Santos,
do setor de expedição da agência,
é citado pelo Coaf como depositante em dinheiro no Banco do
Brasil de R$ 185 mil.
Outro sacador relacionado pelo
Coaf é o jornalista Gilberto Mansur, que aparece como responsável pela retirada de R$ 300 mil da
conta da DNA no Rural em 24 de
março de 2004.
O jornalista afirmou ter intermediado encontros, em setembro
do ano passado, entre Valério e o
presidente da Editora Três, Domingos Alzugaray, que edita a revista "IstoÉ Dinheiro". Valério disse à CPI ter pedido a Mansur que
marcasse as reuniões, para que
desse sua versão sobre as denúncias de sua ex-secretária Fernanda
Karina Somaggio, que havia dado
entrevista à revista.
Mansur afirmou que o saque foi
referente a serviços prestados por
sua empresa à SMPB.
A lista traz mais uma série de
nomes encobertos por tarjas pretas. A explicação do Coaf é que
não eram alvo de pedidos de quebra de sigilos.
Dos outros nomes listados, Alexandre Vasconcelos de Castro,
que administra uma factoring na
capital mineira, escondida na sobreloja de uma bicicletaria, sacou
R$ 120 mil da conta da SMPB no
Rural e mais R$ 620 mil de uma
conta na agência do ABN AMRO.
Em depoimento à Polícia Federal,
Castro disse ter feito os saques a
pedido do estilista Evaldo Thibau,
de quem disse ser amigo.
À PF, Thibau, que não aparece
como um dos sacadores na lista
do Coaf, confirmou a amizade
com Castro, mas negou participação. Este, por sua vez, tem um
processo de execução de dívida
não paga (aluguel de um imóvel)
de R$ 300 mil contra Jonas de Pinho, que aparece na lista como sacador de R$ 152,6 mil em 2003 na
conta da SMPB no Rural. Acontece que Jonas de Pinho, pelo que
consta no processo no Fórum de
Belo Horizonte, já estava morto
pelo menos desde março de 2000.
O seu filho, Jonas Pinho Jr., não
foi localizado. Os advogados de
Castro e de Thibau disseram que
eles não querem se manifestar.
A SMPB e a DNA também não
quiseram se manifestar.
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