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Com o apoio do PMDB, PT quer pôr fim à hegemonia do grupo de ACM na Bahia
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Um candidato derrotado nas
duas únicas eleições majoritárias que disputou é a aposta do
PT para tentar impedir um reinado de 20 anos do PFL na Bahia. Ex-ministro das Relações
Institucionais, Jaques Wagner
confia no apoio do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva para
encerrar o ciclo carlista que começou em 1990, com a eleição
do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) para o Palácio de
Ondina (residência oficial do
governo baiano).
Para vencer a empreitada, o
PT conta com o apoio já declarado do PMDB, que indicou o
candidato a vice-governador na
chapa petista -o ex-deputado
estadual Edmundo Pereira.
Depois de perder a Prefeitura
de Camaçari em 2000 e o governo estadual em 2002 -este
último para Paulo Souto (PFL),
que é atualmente seu principal
adversário-, Wagner disse que
Lula tem interesse especial na
eleição baiana. "Existe uma
avaliação de que ACM é um político arcaico, que traz prejuízos ao Estado no cenário nacional", afirma.
Paulo Souto nunca perdeu
uma eleição e está na disputa
pelo cargo pela terceira vez. Ele
declarou que não teme uma
eventual interferência do presidente Lula.
Para o governador, os 16 anos
de poder do PFL não significam
continuísmo: "significou transformação", afirma.
O predomínio local do PFL
começou em 1990, quando o
"carlismo" parecia morto
-quatro anos antes, Waldir Pires derrotou o jurista Josaphat
Marinho, apoiado por ACM.
Depois de dois anos de administração, Pires trocou o Palácio de Ondina por uma vaga de
vice-presidente na chapa do
deputado Ulysses Guimarães
(PMDB) na disputa pela Presidência da República.
Em 1990, ACM retornou ao
poder pelo voto direto e passou
a ditar as regras na política estadual. A partir daí, todos os
candidatos que venceram eleições ao governo tiveram seu
apoio -Paulo Souto (94 e
2002) e César Borges (98), ambos do PFL.
O grupo carlista também monopoliza as três vagas da Bahia
para o Senado desde 1994. "O
presidente Lula pode fazer o
que quiser, mas vou derrotá-lo
novamente na Bahia", afirmou
ACM.
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