São Paulo, segunda-feira, 10 de julho de 2006

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Com o apoio do PMDB, PT quer pôr fim à hegemonia do grupo de ACM na Bahia

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Um candidato derrotado nas duas únicas eleições majoritárias que disputou é a aposta do PT para tentar impedir um reinado de 20 anos do PFL na Bahia. Ex-ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner confia no apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para encerrar o ciclo carlista que começou em 1990, com a eleição do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) para o Palácio de Ondina (residência oficial do governo baiano).
Para vencer a empreitada, o PT conta com o apoio já declarado do PMDB, que indicou o candidato a vice-governador na chapa petista -o ex-deputado estadual Edmundo Pereira.
Depois de perder a Prefeitura de Camaçari em 2000 e o governo estadual em 2002 -este último para Paulo Souto (PFL), que é atualmente seu principal adversário-, Wagner disse que Lula tem interesse especial na eleição baiana. "Existe uma avaliação de que ACM é um político arcaico, que traz prejuízos ao Estado no cenário nacional", afirma.
Paulo Souto nunca perdeu uma eleição e está na disputa pelo cargo pela terceira vez. Ele declarou que não teme uma eventual interferência do presidente Lula.
Para o governador, os 16 anos de poder do PFL não significam continuísmo: "significou transformação", afirma.
O predomínio local do PFL começou em 1990, quando o "carlismo" parecia morto -quatro anos antes, Waldir Pires derrotou o jurista Josaphat Marinho, apoiado por ACM.
Depois de dois anos de administração, Pires trocou o Palácio de Ondina por uma vaga de vice-presidente na chapa do deputado Ulysses Guimarães (PMDB) na disputa pela Presidência da República.
Em 1990, ACM retornou ao poder pelo voto direto e passou a ditar as regras na política estadual. A partir daí, todos os candidatos que venceram eleições ao governo tiveram seu apoio -Paulo Souto (94 e 2002) e César Borges (98), ambos do PFL.
O grupo carlista também monopoliza as três vagas da Bahia para o Senado desde 1994. "O presidente Lula pode fazer o que quiser, mas vou derrotá-lo novamente na Bahia", afirmou ACM.


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