São Paulo, terça-feira, 10 de julho de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

Mínimos detalhes

O PSOL concluiu ontem 20 novos questionamentos à Polícia Federal para que seja aprofundada a perícia nos documentos entregues ao Conselho de Ética do Senado por Renan Calheiros (PMDB-AL). A primeira parte do texto tem 16 questões sobre compra e venda de gado, que visam checar se o lucro foi suficiente para pagar a pensão à jornalista Mônica Veloso.
A segunda bateria tem sete perguntas mirando a questão fiscal e a movimentação bancária do presidente do Senado. O partido sugere ainda uma série de oitivas de testemunhas. O trio de relatores do processo juntará as questões do PSOL às suas e às eventualmente formuladas pela defesa de Renan para, assim, definir os limites da nova fase da investigação.

Pela culatra. Após interceder para que o fiel escudeiro Almeida Lima (PMDB-SE) integrasse a tríplice relatoria em seu processo, Renan confessou a aliados um certo temor que o estilo falastrão e pouco conciliador do peemedebista piore sua situação.

Ducha fria. O PSOL recebeu negativa dos consultores do Senado sobre possível processo contra Gim Argello (PTB-DF), suplente de Joaquim Roriz. O parecer diz que Argello tem apenas "expectativa de direito" ao mandato e não pode ser processado por deslizes anteriores à posse.

Alento. Os advogados do partido, porém, enxergaram brecha jurídica, nos últimos parágrafos, para tocar o caso. "Não obstante não seja vedado examinar se a vida pregressa prejudica o mandato ou a imagem da Casa", diz o ofício. Com isso, devem ir em frente.

Pior a emenda. O PMDB cobra que Lula ou Tarso Genro (Justiça) desautorizem a Polícia Federal, que sustentou haver indícios contra Silas Rondeau no inquérito da Operação Navalha. Caso contrário, avaliam dirigentes, o desgaste do ex-ministro terá sido ainda maior que antes.

Longa temporada. A saga das nomeações no setor elétrico foi batizada de "Esperando Rondeau". Enquanto Lula não decide se banca ou não a volta do ex-ministro, PT e PMDB aguardam trocas em estatais como Furnas, BR Distribuidora e Petrobras.

Inflação. Em acerto com o governo, o relator da LDO, deputado João Leão (PP-BA), aumentou de 0,45% para 0,5% do PIB a quantia destinada ao PPI em 2008. A alteração dará mais R$ 1,3 bi ao plano, que reúne os investimentos prioritários e cujas despesas não entram no cálculo do superávit primário.

Vôo solo. A despeito do apelo por unidade do presidente do PT, Ricardo Berzoini, o grupo Mensagem ao Partido, de Tarso Genro, se juntou ao PC do B e derrotou outras correntes da sigla na eleição para a direção da UNE.

Tarja preta. Presidente da CPI do Apagão Aéreo da Câmara, Marcelo Castro (PMDB-PI) colocará em votação hoje os requerimentos que classifica como "polêmicos", todos eles com alguma referência a denúncias de superfaturamento na Infraero.

Férias. O governo paulista desistiu de tentar aprovar o projeto de notas fiscais eletrônicas antes do recesso da Assembléia, que deve começar na quinta-feira. Com isso, também serão interrompidos os trabalhos do Conselho de Ética, que apura ligação do líder do PSDB, Mauro Bragato, com a máfia da CDHU.

Prioridade. A impossibilidade de votar o projeto de notas eletrônicas ressuscitou no governo paulista a idéia de forçar mudanças urgentes no regimento da Assembléia para acelerar as tramitações.

Outro lado. José Sarney (PMDB-AP) diz que não está preocupado com a disputa política no Maranhão e nega que tenha proximidade com o empreiteiro Zuleido Veras, da construtora Gautama.

Tiroteio

Na semana em que completa quatro meses sem instalar CPIs, a Assembléia Legislativa dá uma ótima contribuição para o Dia da Pizza.


Do deputado estadual CARLINHOS DE ALMEIDA (PT), associando a data de hoje, Dia da Pizza em São Paulo, aos quatro meses de trabalho da atual legislatura, que até agora não criou comissões de inquérito.

Contraponto

Notícia turbinada

Em reunião com seu secretariado na semana passada, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), pediu para que o titular da Habitação, Orlando Almeida, discorresse sobre o programa municipal de reurbanização de favelas.
Após minutos de explanação, Almeida foi interrompido por um assessor de imprensa de Kassab interessado na melhor maneira de divulgar a iniciativa da prefeitura:
-Secretário, é possível afirmar que se trata do maior programa de reurbanização de favelas da América Latina?
Almeida pensou um instante e respondeu:
-Bem, reurbanizar favela não deve ser prioridade dos EUA e do Canadá. Pode dizer aí que é da América inteira!


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