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JANIO DE FREITAS
Os nomes inverdadeiros
AINDA NÃO se pode saber se os
movimentos grevistas reaparecem como comprovação de que o sindicalismo recupera o vigor da vida ou se mostra os
estertores da luta que antecede o
fim.
Mas nenhuma das duas hipóteses se presta a reabilitar a expressão "dos Trabalhadores" nos nomes do PT e da CUT. Ambos entregaram o sindicalismo em uma
bandeja, feita com folhas do Diário Oficial repletas de nomeações,
à política econômica de Antonio
Palocci/Lula. O que servidores
públicos e de estatais hoje reclamam, com seus movimentos grevistas incipientes e penosos, foi-lhes usurpado como uma pequena parcela do imenso ônus salarial e social imposto ao trabalho
nestes anos.
PT e CUT tornaram-se alicerces da política econômica baseada nos juros mais altos do mundo
e em corte de investimentos públicos para pagar esses juros, estabelecidos pelo próprio governo.
É no mínimo discutível, portanto,
a legitimidade de qualquer reivindicação proveniente agora de
orientações sindicais que se sujeitaram à CUT, nos últimos anos.
Querem receber o que ajudaram
moralmente a ser retirado dos
seus direitos.
Como a Força Sindical nasceu
vencida por incontível vocação
peleguista, o que quer que sejam
os atuais movimentos grevistas -
ressurgimento ou estertor - expressam ambos que o seu futuro,
se existir, estará em recomeçar do
zero.
O aliado
Mais do que integrante do Conselho de Ética do Senado, o senador
peemedebista Almeida Lima compõe a comissão de três incumbida
de conduzir as apurações em torno
de Renan Calheiros. Apesar disso,
Almeida Lima sustenta que os atos
já praticados pelo Conselho e pela
comissão, no caso, são ilegais.
Nomeado para os dois cargos por
forte insistência de Renan Calheiros no PMDB, o sergipano Almeida
Lima corresponde à expectativa,
que não variou nem fora do seu
partido. Mas tal qualidade não evita a evidência de que compactua
com ilegalidades tão graves quanto
podem ser os recursos para cassar
um mandato de senador por meios
ilegais.
Se os pares de Almeida Lima incorreram em ilegalidades, não
consta que o fizessem de modo
consciente. Nem o próprio Almeida Lima acusou, nesse sentido, algum deles. Já o senador Almeida
Lima tem consciência plena do que
afirma serem ilegalidades, com as
quais compactua. A pureza pessoal
de que tanto já se louvou, no plenário do Senado e no Conselho de Ética, passa a depender de sua renúncia à comissão e ao Conselho: mesmo participar contra é contribuir
para dar condições às ilegalidades.
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