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Polícia Federal aponta atuação de família em esquemas de fraudes
ALAN GRIPP
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em família, o banqueiro Daniel Dantas montou grande
parte da estrutura usada para
mandar ilegalmente grandes
quantias para o exterior, lavar
dinheiro e multiplicar os lucros, apontam documentos da
Polícia Federal usados como
base para os pedidos de prisão
da Operação Satiagraha.
Segundo os investigadores,
por empresas e contas bancárias abertas em nome de pelo
menos seis parentes dele circulou parte dos US$ 2 bilhões movimentados em fundos de pensão e offshores ligadas ao grupo
Opportunity.
A estratégia teria o consentimento dos familiares de Dantas, segundo a PF. Verônica
Dantas, irmã dele, apontada como sócia de mais de 150 empresas, chegou a manifestar preocupação com o uso indiscriminado do sobrenome Dantas.
E-mail interceptado pela PF
mostra Verônica pedindo "cautela" ao irmão. Segundo relatório enviado à Justiça, ela alerta
que a "constituição de empresas" em nome de "familiares ou
de pessoas de sua confiança poderia fazer lançar suspeita sobre seus arranjos".
Nélio Machado, advogado de
Daniel Dantas, negou que ele
tenha cometido os crimes atribuídos pela PF e relacionou sua
prisão com a guerra pelo controle da Brasil Telecom.
A mulher do banqueiro, Maria Alice Carvalho Dantas, segundo a PF, era sócia de três
empresas que fizeram movimentações suspeitas. Além disso, por uma conta pessoa física
de Maria Alice passaram mais
de R$ 21 milhões em menos de
um ano, o que gerou um alerta
do Coaf (Conselho de Controle
de Atividades Financeiras).
"(Ela) não teria fonte de renda para tanto, de onde podemos concluir a utilização desta
conta para lavagem de valores
em favor do grupo, uma vez que
ela já é usada como "laranja" para abertura de empresas".
A PF também suspeita dos
valores movimentados por Rafaela Dantas Rodenburg, filha
de Verônica. Em outro e-mail
interceptado, consta um extrato mensal do Opportunity Fundo de Investimento Imobiliário
com saldo de R$ 6,8 milhões.
De acordo com a PF, há indícios
de que são "recursos do próprio
grupo Opportunity".
Os agentes relatam que Bernardo, outro filho de Verônica,
pediu à mãe em e-mail uma
empresa de capital fechado.
A PF também acusa um cunhado de Daniel Dantas (Arthur Joaquim de Carvalho) e
um ex-cunhado (Carlos Rodenburgo, ex-marido de Verônica).
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