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Opportunity age para tentar acalmar cliente
Segundo o jornal "Valor Econômico", volume de saques chegou a R$ 100 mi na terça-feira; média diária é de R$ 20 mi
Condições de liquidez estão, diz o banco, "absolutamente adequadas'; gestão dos fundos ficará com ex-diretor do BC Afonso Bevilaqua
ROBERTO MACHADO
DA SUCURSAL DO RIO
Os executivos do Opportunity estão se desdobrando em
duas frentes: tranqüilizar os
clientes do banco -assustados
com a prisão de Dório Ferman,
que comandava a área de gestão de recursos- e manter a
operação diária dos vários fundos operados pela instituição.
Oficialmente, o Opportunity
informou que as condições de
liquidez da instituição permanecem "absolutamente adequadas" e que, ao longo da terça-feira (quando houve a prisão
de Daniel Dantas, Ferman e
boa parte da diretoria), o saldo
das movimentações realizadas
por clientes em todos os fundos
não ultrapassou 1,5% do patrimônio total administrado.
Ou seja, como o Opportunity
gerencia R$ 16,9 bilhões em recursos de terceiros, a movimentação financeira feita pelos
clientes anteontem somou cerca de R$ 250 milhões -inclui o
total de depósitos e resgates.
Ontem, o Opportunity informou à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que, com a
prisão temporária de alguns de
seus diretores, a gestão dos fundos ficará sob a supervisão do
ex-diretor do Banco Central
Afonso Bevilaqua.
Bevilaqua foi diretor de política econômica do BC por quatro anos, até pedir demissão,
em março de 2007. Era considerado defensor ferrenho da
ortodoxia monetária -a manutenção de juros altos para manter a inflação dentro da meta.
Por isso foi alvo de críticas de
dentro e de fora do governo.
Em agosto passado, após
cumprir a chamada "quarentena" exigida para ex-diretores
do Banco Central, Bevilaqua
assumiu a gestão de recursos
internacionais do Opportunity.
Com a prisão de Ferman, referência importante aos principais clientes, o Opportunity indicou uma tríade de executivos
para, interinamente, comandar
as operações da área de gestão
de recursos: ao lado de Bevilaqua estarão Felipe Pádua, diretor de gestão, e Fernando Rodrigues, diretor comercial.
Ao jornal "Valor Econômico", Rodrigues afirmou que o
volume de saques chegou a R$
100 milhões após a prisão de
Dantas, na terça-feira -contra
uma média diária de R$ 20 milhões-, e considerou o volume
pequeno diante do patrimônio
da instituição. O Opportunity
não informou dados relativos à
movimentação financeira registrada ontem.
Na classificação da Anbid
(Associação Nacional dos Bancos de Investimento), o Opportunity Asset Management ocupa hoje a 20ª posição no ranking de administração de recursos de terceiros, com um total de ativos de R$ 16,9 bilhões.
No ranking dos gestores de
fundos de investimento, o banco ocupa a 15ª colocação, à frente de instituições estrangeiras
do porte do Credit Suisse e do
Citibank. Já no ranking do BC,
que reúne todas as instituições
financeiras que atuam no país,
ocupa a 66ª posição.
Tecnicamente, o Opportunity é um banco múltiplo, com
carteiras de investimento e comercial. Na prática, é focado na
administração de recursos de
seus clientes- geralmente, de
altíssimo poder aquisitivo.
Hoje, oferece 12 fundos, nos
quais os clientes precisam
comprar cotas. Na maioria dos
fundos, o cotista precisa fazer
uma aplicação inicial de R$ 50
mil. Mas há fundos que exigem,
já na entrada, R$ 500 mil.
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