DA REPORTAGEM LOCAL

Candidata do PT na sucessão paulistana, Marta Suplicy evitou ontem fazer comentários sobre a Operação Satiagraha, que levou à prisão do ex-prefeito Celso Pitta. "A Polícia Federal está fazendo investigações e não posso me adiantar a nada", disse ela, em visita a uma favela da zona oeste da cidade.
Na campanha de 2004, Marta explorou insistentemente o fato de o hoje prefeito Gilberto Kassab (DEM), à época candidato à vice na chapa de José Serra (PSDB), ter sido secretário de Pitta.
Ontem, ao ser questionada se voltaria a explorar essa associação, principalmente agora que o ex-prefeito voltou ao centro do noticiário, a petista contemporizou: "Nessa situação de agora, não tem nada indicando [relação de Pitta com Kassab]".
Líder nas pesquisas, Marta disse que pretende adotar um tom ameno na campanha. "Vocês [jornalistas] vão me testar à vontade [na campanha]. Você não acrescenta nada criticando adversários. O povo quer saber de propostas", disse a petista.
Marta visitou duas favelas pela manhã, uma na zona sul, outra na zona oeste. Aproveitou as caminhadas para criticar a especulação imobiliária em São Paulo, que, segundo ela, é o maior instrumento de pressão para que o Plano Diretor aprovado em sua gestão (2001-2004) não seja totalmente concretizado.
"Há pressão desses especuladores para não deixar as pessoas mais pobres ficarem no lugar onde elas residem", afirmou Marta. Trata-se de uma referência às Zeis (Zonas de Interesse Social), áreas às vezes ocupadas por favelas, onde teriam de ser construídas moradias populares, mas que acabam, em algumas situações, sendo ocupadas por megaempreendimentos de luxo por causa de sua boa localização.
À tarde, a candidata esteve num mutirão de moradia na zona oeste. Concluiu sua agenda visitando famílias que também preparam um mutirão na zona norte.


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