São Paulo, domingo, 10 de agosto de 1997.



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Painel

Síndrome de Alagoas
O crescimento vegetativo da folha de pagamento de alguns Estados atingiu 2% ao mês, algo em torno de 27% ao ano. O Planalto lembrará aos governadores que a reforma administrativa ainda tramita no Congresso.

Ranking econômico
Avaliação feita pelo governo federal do ajuste nos Estados situa o Ceará, governado por um tucano, e a Bahia, terreiro do PFL, como aqueles que melhor fizeram o dever de casa. A continuidade administrativa ajudou.

No caminho certo
O ajuste de São Paulo é considerado bom, segundo a equipe econômica de FHC. Mas é recente. O Estado ainda sofreria os efeitos da situação que Mário Covas (PSDB) recebeu de Fleury.

Bem avaliados
A avaliação do governo federal sobre o ajuste econômico estadual destaca ainda quatro governos do Nordeste: Paraíba (PFL), Rio Grande Norte (PMDB), Sergipe (PSDB) e Maranhão (PFL).

Frangogate pepebista
De Carlos Apolinário (PMDB), sobre o retorno de Maluf ao Brasil em meio à suspeita de venda irregular de frango de empresa de familiares do ex-prefeito para a Prefeitura de São Paulo: "Ele veio pôr ordem no galinheiro".

Palanque federal
A agenda de FHC entrou em ritmo de reeleição. Na terça, tem avaliação solene do plano "Brasil em Ação" e lançamento de projeto de apoio à reforma agrária e alívio à pobreza. Na quarta, subvenção à borracha natural.

Sem sair de casa
A medida que a eleição se aproxima, eventos no Planalto privilegiarão cada vez mais lançamento de obras e ações sociais. Com ampla exposição na mídia.

Oposição divina
A Igreja Católica prepara apitos e cartões vermelhos para protestar contra FHC em 7 de setembro, em Aparecida do Norte. "Já que o Sergio Amaral não quer politizar o Dia da Pátria, ficaremos rezando e apitando", diz o padre Fernando Altemeyer.


Pequeno sinal
As palavras enfáticas de Gustavo Franco (Banco Central), na sabatina no Senado, dizendo que o câmbio não está fixo foram vistas por alguns setores do mercado financeiro como sinal de que as pequenas desvalorizações podem se tornar mais frequentes.

Maré baixa
Caiu o turismo no Nordeste na comparação de julho de 96 com o mesmo período de 97. A taxa de ocupação de hotéis em Natal (RN), por exemplo, foi de 58,6% contra 82% no ano passado.

Miami é mais barato
Henrique Alves (PMDB-RN) tem dados mostrando que o alto preço das passagens aéreas diminui o turismo no Nordeste. "Falta de concorrência e legislação atrasada ameaçam a vocação econômica da região", diz.

Bola de cristal
Epígrafe do livro "O Príncipe da Moeda", de Gilberto Vasconcellos, atribuída ao cineasta Glauber Rocha, classificava FHC, entre os anos 74 e 79, como "apenas um neocapitalista, um kennediano, um entreguista".

À moda da casa
Explicação tucana para o "frangogate" paulistano: impressionado com a popularidade do frango, alardeado pelo governo como herói do Plano Real, Maluf teria exagerado na dose ao tentar copiar o fenômeno.

Antigos inimigos
O senador Jader Barbalho (PMDB) e o governador Almir Gabriel (PSDB) articulam um acordo no Pará. O peemedebista seria candidato a governador em 98, e o tucano, que está desgastado, concorreria ao Senado.

Anos de janela
Iris Rezende (Justiça) deixou o secretário José Gregori (Direitos Humanos) divulgar as propostas da comissão que tratou de mudanças nas Polícias Militares, para só então lhe contar sobre o pacote que fechara com FHC.

Golpe baixo
Postado no Rio, circula no Senado um dossiê contra Roberto Requião (PMDB-PR). Traz o que seriam as mentiras do senador.


TIROTEIO

Do tucano Ciro Gomes, crítico de FHC, sobre a chance de uma candidatura única dos partidos de esquerda em 98:
- O PT é uma entrave ao surgimento de uma alternativa. A sua constante divisão e luta interna, que o paralisa, não deixa o partido à altura da oportunidade histórica que estamos vivendo.


CONTRAPONTO

Razões de Estado
O secretário de Energia de São Paulo, David Zylbersztajn, fez uma reunião no mês passado com os cerca de 40 consultores que irão preparar o processo de privatização do setor elétrico do Estado.
O secretário começou a explicar o que queria dos consultores. Começou dizendo que o trabalho deles seria fundamental para que o governo paulista obtivesse o melhor preço possível por suas estatais energéticas.
Depois, foi enumerando as características das empresas e citando os pontos mais importantes da lei de privatização.
No final, foi falando do prazo:
- Quero estabelecer o final do ano como meta para a primeira privatização...
E brincou, mantendo o tom sério e provocando risos:
- Porque eu apostei uma caixa de guaraná com o governador (Mário Covas, do PSDB) que começaria a privatização até o fim do ano. E eu faço questão de ganhar essa aposta!



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