São Paulo, sábado, 10 de agosto de 2002

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GOVERNADORES

Candidato queria que emissora diminuísse número de participantes e disse que nem sabia de cor o nome de todos

Maluf decide não participar de debate

Marcos Peron/Folha Imagem
Paulo Maluf e o deputado Conte Lopes (esq.) durante inauguração de comitê eleitoral em Campinas


ANA PAULA MARGARIDO
DA FOLHA CAMPINAS

O candidato do PPB ao governo de São Paulo, Paulo Maluf, decidiu ontem não participar do debate com os demais candidatos programado pela Rede Bandeirantes para a noite de amanhã.
"Um debate com dez candidatos não será possível", disse o pepebista. Maluf só iria ao debate caso a emissora concordasse em reunir apenas cinco candidatos, em duas ocasiões. "A Band deveria colocar em um debate candidatos de partidos com representatividade eleitoral", afirmou.
O pepebista sugeriu que a discussão ficasse entre ele e os candidatos do PSDB (Geraldo Alckmin), PT (José Genoino), PMDB (Fernando Morais) e do PTB (Antônio Cabrera).
O ex-prefeito de São Paulo afirmou nem saber de cor o nome de todos os candidatos que participarão do debate. Disse que, há três dias, enviou uma carta à emissora sugerindo alterações nas regras do debate e a redução do número de convidados.
A Folha entrou em contato com a Rede Bandeirantes, mas não obteve resposta até as 19h. Maluf não quis revelar o conteúdo da carta enviada à direção da emissora.
O candidato do PPB disse não temer debates nem receber críticas dos outros candidatos. "O Maluf é igual bolo: quanto mais bate, melhor fica", afirmou.

"Contra a repressão"
As declarações de Maluf foram feitas durante visita de campanha a Campinas (95 km de São Paulo).
Ele fez críticas ao governo em vários setores -educação, transporte, segurança e saúde- e disse que instalaria três pelotões da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar) na cidade, caso seja eleito.
De acordo com Maluf, esses pelotões serão formados por soldados recrutados na própria cidade.
"Não quero trazer soldados de Andradina, Santos ou Presidente Prudente. Quero soldados que conheçam a cidade [Campinas"", afirmou o candidato. "Sou contra a repressão. Sou a favor do policiamento ostensivo, da Rota na rua", completou.
O candidato citou Campinas como exemplo de cidade violenta, dizendo que a criminalidade local "subiu mais de 100%".
Os últimos dados fornecidos pela Secretaria de Estado da Segurança Pública apontam a queda 18% em todos os delitos registrados nos seis primeiros meses deste ano, comparado como o mesmo período do ano passado.
"Vamos trabalhar também para não ter roubos de carga e roubos de caminhão", disse o candidato, que assinou um protocolo de intenções com caminhoneiros da região de Campinas.


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