São Paulo, quinta-feira, 10 de agosto de 2006

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Em reunião com cientistas, Lula critica Congresso

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em evento de campanha com cientistas ontem à noite em Brasília, o presidente Lula fez uma crítica ao ritmo de trabalho do Congresso Nacional.
Ao comentar a demora na aprovação do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica), Lula disse ter dúvidas sobre a votação da matéria.
"Eu não sei se vai ser aprovado até o final do ano, porque, funcionando três dias por mês, eu acho pouco provável que se vote", declarou. A lentidão do Congresso ocorre em virtude da campanha eleitoral. Sem votações no plenário, apenas as comissões estão funcionando.
O presidente também teve de enfrentar constrangimentos ao ser provocado a respeito do lucro recorde dos bancos.
"Poderia haver uma taxa de 10% cobrada do lucro dos bancos para financiar a tecnologia. Mesmo assim, eles ainda ficariam contentes e não teriam do que reclamar", disse Ennio Candotti, presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência).
A menos de cinco metros de distância de Lula, Candotti em seguida afirmou que o governo comete uma "ilegalidade" ao contingenciar verbas para ciência e tecnologia.
Pouco antes, o presidente já havia sido criticado pelo físico Luiz Pinguelli Rosa, que reclamou do abandono de investimentos no setor hidrelétrico. O evento contou com cerca de 50 cientistas. Apesar das críticas, foi um ato de apoio, com vários elogios ao presidente.
A Pinguelli, que presidiu a Eletrobras no início do seu governo, Lula disse que muitas usinas hidrelétricas estavam paradas por problemas de licenciamento ambiental.
Lula anunciou também durante a reunião que seu programa de governo está quase pronto e terá três eixos: desenvolvimento, distribuição de renda e educação.
O texto, que deve ser divulgado na semana que vem, deve ignorar a proposta de uma Constituinte para tratar da reforma política. "Não cabe esse tipo de proposta em um texto de programa de governo", disse Marco Aurélio Garcia, coordenador do documento.
Também não deve haver menção a temas polêmicos, como o fim da reeleição ou a mudança na duração do mandato presidencial.
(FÁBIO ZANINI E PEDRO DIAS LEITE)

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