São Paulo, sexta-feira, 10 de agosto de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Em campo

A diretora da Anac Denise Abreu, acusada pelo presidente demitido da Infraero de favorecer um empresário amigo, iniciou uma bateria de telefonemas a parlamentares governistas, dos quais espera ajuda para evitar sua convocação pelas duas CPIs que investigam a crise aérea. Para complementar, ela envia a cada um uma carta em que nega ter cometido irregularidade na tentativa de levar para Ribeirão Preto a aviação de carga hoje em Congonhas e Viracopos.
Outros diretores da agência, como Leur Lomanto, preferem a tática de se fingir de mortos. Um deputado que conhece de longa data o baiano, indicado pelo PMDB, resume: "Alguém acha que o Leur vai perder o sono por estar com a imagem abalada?".

Manda-chuva. O tom assertivo de Nelson Jobim impressionou os presentes à reunião do conselho político ontem. "Não parecia o ministro da Defesa, mas do Ataque", observou um aliado.

Louros. Diante da platéia lulo-petista, Jobim rasgou elogios à atuação do prefeito Gilberto Kassab (DEM) após o acidente em Congonhas.

Bagdá é aqui. Momentos antes de fazer mais um discurso contra a editora Abril, Renan Calheiros (PMDB-AL) trocou as bolas ao saudar uma delegação iraniana presente no Senado. Chamou os visitantes de "iraquianos".

Tiro no pé. Senadores aliados que ouviram Renan discursar avaliam que o presidente do Senado vai acabar se estranhando com o governo ao voltar sua fúria contra um negócio aprovado pela Anatel e pelo Ministério das Comunicações, com o aval de Dilma Rousseff (Casa Civil).

Deadline. Líderes governistas estimam que a Câmara terminará de votar a prorrogação da CPMF por volta de 20 de setembro. Esse é, portanto, o prazo aproximado do Senado para se desembaraçar do caso Renan e tratar do que interessa ao Planalto.

Prodígio. Com escândalo e tudo, Olavo Calheiros (PMDB-AL) ficou entre os dez deputados com maior volume de recursos em emendas empenhadas pelo Executivo de 1º a 6 de agosto.

Escolinha. A bancada do PT terá reunião na próxima quinta-feira com a filósofa Marilena Chaui. "Queremos que ela transmita sua coragem aos nossos deputados", afirma o líder do partido na Câmara, Luiz Sérgio (RJ).

Solo 1. Soninha foi a única petista que não compareceu à sessão da Câmara Municipal de São Paulo na qual foram apreciadas as contas de ex-prefeitos, entre eles José Serra. Os vereadores da sigla haviam decidido rejeitar a gestão financeira tucana -no final aprovada- e pedido esforço para que ninguém faltasse.

Solo 2. A vereadora diz que faltou porque estava em uma audiência no Ministério Público Estadual. Soninha acrescenta que, se estivesse presente na sessão, iria se abster em todas as votações por não concordar com o "julgamento político de questões técnicas", como seria o caso das contas da prefeitura.

Barrados. De acordo com balanço a ser divulgado hoje pelo Tribunal Superior Eleitoral, 159 prefeitos que saíram das urnas em 2004 já foram cassados sob a acusação de compra de voto ou abuso do poder econômico. Em parte dos casos ainda cabe recurso.

Nova sigla. O ex-governador José Maria Marin, aliado histórico de Paulo Maluf, trocará o nanico PSC pelo PTB do deputado estadual Campos Machado. A mudança acontece até o final do mês.

Visita à Folha. Alejandro Roig, diretor de Comunicação e Relações Externas da Repsol, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Marcelo Aguiar, diretor da FSB Comunicações.

Tiroteio

"Renan que se cuide: esse costuma ser o agrado que precede a rasteira."


Do deputado SILVIO TORRES (PSDB-SP) sobre o telefonema de Lula ao encrencado senador, no qual o presidente teria garantido que se manterá neutro, mesmo que a investigação paralise as votações na Casa.

Contraponto

Mulheres alteradas

O bate-boca entre Renan Calheiros e José Agripino não foi o único momento de tensão terça-feira no Senado. Depois de reiterarem o pedido para que o presidente da Casa se afaste do cargo, oposicionistas subiram à tribuna para, um após o outro, criticarem a medida provisória que desmembrou o Ibama e criou o Instituto Chico Mendes.
-Não podemos aceitar essa MP feita nas coxas!-, protestou Kátia Abreu (DEM-TO), da bancada ruralista.
-O que não podemos agüentar é esse tipo de grosseria!-, rebateu Ideli Salvatti (PT-SC).
Longe do microfone, Kátia cochichou com um colega:
-Eu só estou adotando o estilo do presidente Lula...


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