|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Filho e amigo de Lula serão ouvidos em inquérito da PF
Aporte de recursos da Telemar na Gamecorp é investigado
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
A Polícia Federal terá de ouvir Fábio Luís Lula da Silva, filho do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, e Antoninho
Marmo Trevisan, amigo do petista, no inquérito 1.267/2007,
que apura suspeita de tráfico de
influência no investimento de
R$ 5 milhões feito pela Telemar na Gamecorp.
Segundo a requisição do procurador da República Rodrigo
Ramos Poerson, teria havido
"desproporcional aporte de recursos" à Gamecorp, "única e
exclusivamente em razão de
contar com a participação acionária do filho" de Lula, o que
poderia configurar, em tese,
tráfico de influência. Lulinha é
sócio da Gamecorp; Trevisan
intermediou o negócio.
A assessoria do filho do presidente informou que ele não se
manifestaria até ser notificado.
A requisição do MPF é uma
ordem que deve ser cumprida
pela PF, explicou um policial
envolvido no caso. As diligências determinadas pelo procurador são a oitiva de Lulinha e
de Trevisan, o pedido do contrato social da Gamecorp à
Junta Comercial e o envio de
ofício à Telemar para que apresente documentos e contratos
de patrocínio com a Gamecorp.
A falta de estrutura da PF, subordinada em última instância
ao presidente Lula, e a burocracia do Ministério Público podem ter beneficiado Fábio Luís.
Do momento em que o vereador de Belém (PA) Iran Moraes
(PA) encaminhou a representação pedindo apuração ao MPF
no Pará, em 17 de fevereiro de
2006, até a abertura de inquérito 1267/2007, em 29 de junho
deste ano, passaram-se 16 meses e 12 dias (492 dias).
A falta de pessoal é a explicação da Superintendência Regional da PF no Rio para a demora para instaurar a investigação. De acordo com policial
ouvido pela Folha, a Delefaz
(Delegacia Fazendária) contava na ocasião com apenas cinco
delegados para cuidar de cerca
de 9.000 expedientes.
A PF nega ter havido intenção de favorecer o filho do presidente. A PF também informou que não lhe coube a iniciativa da abertura do inquérito e
atribuiu a medida ao procurador da República.
O procedimento de apuração
dos fatos ainda está no início.
Até agora só foram solicitadas
informações sobre a Telemar e
a Gamecorp à Junta Comercial.
A Telemar é concessionária de
serviço público que tem entre
seus sócios o BNDES. A Gamecorp detém seis horas de programação da Play TV.
O ex-ministro José Dirceu
(PT) fez críticas à Folha ontem
em Aracaju. "Acho errado a Folha chamar ele de Lulinha. Ele
não se chama Lulinha. Ele se
chama Fábio Luís. É mais uma
tentativa de se agravar aquilo
que não precisa ser agravado."
Colaborou a Agência Folha , em Aracaju
Texto Anterior: Valério muda visual com implante de cabelo e vira "fazendeiro de aluguel" Próximo Texto: Biscaia diz que PF cometeu equívoco no caso dos cubanos Índice
|