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ROLO TRIBUTÁRIO
Governistas procuram acordo para concluir votação em 1º turno
Impasse entre governo e PFL retarda a análise da reforma
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um impasse entre o governo e o
PFL atrasou a conclusão do primeiro turno da reforma tributária
na Câmara dos Deputados. A votação das propostas de modificação do texto, inicialmente prevista para a quinta-feira da semana
passada, não havia começado até
o início da noite de ontem.
Os governistas procuraram a
oposição em busca de um acordo
para tornar mais rápido o processo final de votação da reforma.
Pela proposta, o Planalto aceitaria apoiar alterações no texto e,
em troca, tucanos e pefelistas concordariam com a redução do número de emendas e destaques para análise em separado, além de
abrirem mão de manobras para
retardar a aprovação do projeto.
O PSDB chegou rapidamente a
um entendimento com a base
aliada ao presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, mas o PFL decidiu
endurecer as negociações.
Os tucanos preferem aproveitar
a pressa do governo -que precisa aprovar ainda neste ano pontos
fundamentais da reforma, como a
prorrogação da CPMF- para obter vantagens para seus governadores, em especial Geraldo Alckmin (SP) e Aécio Neves (MG).
Não por acaso, Alckmin se reuniu anteontem com o líder do governo na Câmara, Aldo Rebelo
(PC do B-SP), enquanto, no mesmo dia, Aécio recebia o relator da
reforma, Virgílio Guimarães (PT-MG). Para agradar ao PSDB, o governo está disposto a acatar propostas tucanas, como uma nova
redação para a forma de cobrança
do ICMS, principal fonte de receita dos Estados, e a criação de uma
tributação simplificada para as
micro e pequenas empresas.
No caso do ICMS, o projeto, na
versão aprovada, prevê que as alíquotas interestaduais (que definem a parcela do imposto destinada aos Estados de origem das
mercadorias) cairão, em 11 anos,
de 12% para "no máximo" 4%.
São Paulo e Minas, produtores,
querem a retirada da expressão
"no máximo", o que garantiria
uma receita mínima equivalente a
4% do valor dos produtos vendidos a outras regiões.
"O PSDB se apressou a fazer um
acordo pensando em seu próprio
interesse", criticou Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA). O
deputado, porém, trabalha para
evitar um confronto intransigente
com o governo -de olho nos interesses do principal governador
pefelista, Paulo Souto (BA).
Os pefelistas baianos querem tirar da transição para a cobrança
no destino o ICMS resultante de
benefícios fiscais hoje em vigor.
Ou seja, querem manter no Estado as receitas decorrentes da venda de automóveis produzidos na
Bahia pela montadora Ford.
Também estava em discussão
ontem outra proposta destinada a
atrair o apoio dos governadores: a
elevação de R$ 2 bilhões para R$ 3
bilhões anuais do Fundo de Desenvolvimento Regional, que passaria a contemplar zonas mais pobres do Rio e de Minas.
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